O prazer de estar apenas em sua própria companhia

Eu simplesmente amo ficar sozinha, seja apenas num almoço ou durante uma tarde inteira. Adoro estar em apenas uma companhia: a minha. Ouço muitas pessoas reclamando que odeiam ou até que não conseguem ficar sozinhas. Acho esquisito, mas entendo o lado delas. Ficar sozinho pode ser algo tedioso ou até desafiador para alguns.

Para mim, não. Para mim, é essencial ficar sozinha. Se começo a emendar um compromisso no outro e não paro nem que seja por algumas horinhas para ficar apenas comigo mesma, eu piro. Não sei explicar muito bem, mas sinto extrema necessidade de parar e ler um livro, escrever um post pro blog, ou simplesmente tomar sol no jardim de casa.

Confesso que, às vezes, fico com preguiça do mundo exterior. Quero ficar quietinha no meu canto sem precisar contar o que fiz no fim de semana ou os motivos de não estar com um sorriso estampado no rosto. Não me entendam mal, eu adoro socializar e estar rodeada de amigos e familiares, mas considero essa pausa crucial para me sentir bem comigo mesma.

E provavelmente continuarei precisando dessas minhas pausas até o último dia da minha vida, pois sem isso sinto que algo está faltando. Ou melhor: sinto que uma parte de mim precisa ser preenchida (por mim mesma). Afinal, ficar sozinha nunca foi um fardo para mim, porque na verdade acredito que eu sou uma das minhas melhores companhias. Ninguém me conhece melhor do que eu mesma, ninguém além de mim sabe absolutamente tudo o que passa na minha cabeça.

Gosto muito da companhia dos meus familiares e amigos, mas a verdade é que para estar 100% com eles primeiro preciso estar 100% comigo mesma. Então, por que não dedicar alguns dias da minha vida para satisfazer apenas a mim e mais ninguém? É fácil, simples e prazeroso. Preciso de mais para te convencer?








Bruna Cosenza é paulista e publicitária. Acredita que as palavras têm poder próprio e são capazes de transformar, inspirar e libertar. É autora do romance "Lola & Benjamin" e criadora do blog Para Preencher, no qual escreve sobre comportamento e relacionamentos do mundo contemporâneo.