Pode ser em casa, num instante qualquer. Pode ser na rua, no meio da multidão, durante uma conversa. Tomando chuva, tostando no sol, saindo do banho, pulando na cama.

Há de ser em qualquer canto, quando estamos sós e quando estamos em companhia amiga. Pode ser agora, pode ser depois. Mas quando bate uma alegria, nada é mais bonito do que estar ali, dentro dela.

No interior de uma alegria nada nos atinge. Dentro dela somos intocáveis almas livres, sorrindo sem mais. É coisa de Deus.

Em seu tempo de existir, uma alegria nos aquece se está frio e nos refresca na quentura. Durante uma alegria toda dor remansa. Um vento bom nos assopra as feridas e varre a poeira das mágoas passadas.

Breve, toda alegria guarda em seu instante o mundo inteiro. Todos cabemos em seu interior generoso. A todos a morada provisória é garantida. Somos todos passageiros pelas terras férteis de uma alegria e seu horizonte largo, sua água doce, seu oceano cor de piscina e sua gente gentil.

Pena não podermos estar ali para sempre. Ninguém mora numa alegria, como também ninguém vive na tristeza. Elas passam, nós passamos. Bom é que voltamos sempre, hóspedes fiéis posando lá e cá, viajantes assíduos.

Respeito a tristeza e seus dias cinzas, seu vento frio, suas horas grisalhas de pensar. Mas ai, Meu Deus, como é bonito o interior de uma alegria!








http://www.revistaletra.com.br/ Jornalista de formação, publicitário de ofício, professor por desafio e escritor por amor à causa.