Compartilho um sonho que tive:

“Havia um livro, que era muito fino. O preço dele? 170 reais.

Me surpreendi. O livro é muito pequeno! Caro demais.

Questionei ao dono do livro:

Você não acha que esse livro está muito caro? Talvez as pessoas deixem de comprar”.

Ele me olhou confuso. Realmente não achava que o preço estava alto demais. Estava muito tranquilo. Era um bom livro e as pessoas estariam dispostas a compra-lo pelo valor estipulado.

Eu não estava convencida.

Então, ele me explicou. Para criar aquele livro, foram dedicados muitos anos de sua vida, muito estudo e tempo foram necessários. O conteúdo do livro era muito precioso, embora parecesse pequeno.”

Quando acordei, entendi o que aquele sonho poderia me ensinar.

Não, não é a lição óbvia de “não julgue um livro pela capa” (embora seja também).

Mas é sobre o quanto cobramos pelos nossos serviços.

Você acredita que recebe o que merece?

Embora minha reflexão hoje tenha relação com a questão financeira, poderia se aplicar ao amor também. Você acha que recebe o amor que merece?

Muitas vezes, abrimos mão de exigir mais pelo simples fato de que não acreditamos que merecemos.

O trabalho que realizamos? Nem é tão importante assim. Pensamos que não vão pagar mais por isso. O mercado está difícil. Ou o que quer que seja que dizemos a nós mesmos.

E assim, abrimos mão de receber o que merecemos.

O livro pode parecer fino, mas é fruto de estudo, dedicação e tempo. Com certeza se você realiza um trabalho de qualidade, merece receber por ele.

Muitos fatores estão envolvidos quando não pedimos o que merecemos. Medo da resposta da outra pessoa, medo de não ser bem recebido ou dificuldade em se expressar.

Mas o que está no cerne da questão e que alimenta todos nossos medos é a nossa crença escondida de que “o livro é muito fino”. Ou seja, ele não é tão valioso assim. Não acreditamos que realmente merecemos a compensação. Nossa profissão não é tão importante ou não somos profissionais tão qualificados.

E no amor? Não buscamos o amor que merecemos pelo mesmo motivo.

Será que você está preso na crença de que seu livro é muito fino?








"Por acreditar no potencial das pessoas em evoluir e em se renovar, além de trabalhar como psicóloga clínica, escreve textos sobre auto conhecimento e desenvolvimento pessoal"