Nesses últimos meses, uma nova tendência vem dominando as redes sociais: os bonecos Labubu. Esses bonecos, que possuem um visual peculiar, fofo e um pouco esquisito, se tornaram febre entre jovens e adultos.
Embora tenham sido pensados como brinquedos infantis, eles conquistaram o coração de colecionadores e influenciadores, especialmente da geração Z. Contudo, a psicologia alerta: apesar de parecer uma tendência inofensiva, existe um significado emocional muito mais profundo — e até preocupante.
Por que Labubu está em todos os lugares?
O sucesso dos Labubus vai além da aparência excêntrica. Eles se tornaram objetos de desejo, marcando presença em vídeos virais, prateleiras de colecionadores e postagens cuidadosamente organizadas nas redes sociais.
No entanto, segundo a psicóloga Tracy King, essa popularidade reflete um fenômeno psicológico maior.
“Na superfície, são brinquedos divertidos e carismáticos. Mas psicologicamente, eles são símbolos profundos. Representam conforto, controle e identidade em um mundo imprevisível”, explica.
Um refúgio simbólico para uma geração sobrecarregada
De acordo com a especialista, a geração Z cresceu em um contexto de instabilidade: crises globais, mudanças climáticas, pandemia, recessões e insegurança profissional. Portanto, o tradicional “plano de vida”, com estabilidade financeira, casa própria e carreira sólida, parece cada vez mais distante.
Diante disso, o consumo de pequenos objetos com valor afetivo oferece uma forma acessível de buscar segurança emocional.
“A geração Z está investindo no agora, buscando pequenas alegrias e elementos que tragam conforto imediato”, afirma Tracy.
Mais do que um brinquedo: identidade, nostalgia e pertencimento
Em um mundo dominado pelas redes sociais, onde a estética virou uma forma de comunicação, objetos como os Labubus ajudam a expressar emoções e a reforçar a identidade individual.
Para muitos, o boneco não representa apenas um item de coleção, mas sim um resgate da infância — uma fase que, em alguns casos, pode ter sido marcada por incertezas ou ausências emocionais.
“Esses objetos suaves e nostálgicos evocam sentimentos de cuidado e segurança. É, na prática, uma forma de reconectar-se com o ‘eu’ infantil”, diz a psicóloga.
Labubu e o fenômeno da “cultura dos mimos”
A busca por conforto em itens simples como o Labubu não é apenas uma moda passageira. Segundo a especialista, essa tendência está ligada ao esgotamento mental e à desconexão emocional provocada pela vida moderna.
“Essa cultura dos pequenos mimos é uma resposta psicológica à sobrecarga. Não é um comportamento superficial, mas uma tentativa de encontrar equilíbrio num mundo caótico”, alerta Tracy.
Se você tem um Labubu, talvez o veja apenas como um item fofo. Porém, ele pode carregar muito mais significado do que imagina. Para alguns, representa uma válvula de escape emocional; para outros, uma maneira de manter viva a conexão com a própria história.
O importante é manter o equilíbrio: compreender o que esse tipo de objeto representa na sua vida pode ajudar a evitar que a busca por conforto se transforme em dependência emocional de bens materiais.
Imagem de Capa: Labubu no Brasil