Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), no ano passado registaram-se em todo o mundo, 18 milhões de novos casos de câncer e 9,6 milhões morrerão por causa dele. Duas em três pessoas nascidas hoje poderão desenvolver câncer, segundo cientistas britânicos da Câncer Research UK.

O câncer já é uma epidemia e este ano de 2020 marca um dado curioso já que muitas das grandes mudanças de impacto na humanidade se desencadearam durante a segunda década dos séculos em questão, seja o início da propagação da peste bubónica no século XIV ou o crash das bolsas no século passado.

Mas deixando aspetos curiosos de parte, venho buscando respostas para esta doença que é a mais temível da atualidade. Ela faz parte do nosso cotidiano, comentada nas mesas de almoço quando olhamos o que comemos, quando cozinhamos e devido a tantos casos de pessoas conhecidas que enfrentam ou enfrentaram a doença. Aprofundando as minhas concepções sobre a doença e seus motivos, levei em frente uma pesquisa baseada nos dados já confirmados, em estudos que fiz em sites confiáveis na internet e também com o apoio da arqueóloga portuguesa Joana Freitas, para que eu chegasse a uma teoria que parecia um pouco óbvia mas precisaria de aprofundamento.

“Nossa adaptação genética não alcança a acelerada evolução que proporcionamos em nossa vida.”

O câncer se deve a um desfasamento entre evolução material, vivencial e a evolução da adaptação genética, ou seja, o ser humano está mudando os seus comportamentos e hábitos, com especial foco nos alimentares e de rotina de forma tão repentina que, se comparado com o tempo que o ser humano necessita para evoluir geneticamente para fazer face a uma mudança, não há uma sintonia evolutiva.

Nos últimos dez mil anos, o ser humano evoluiu e desenvolveu novos costumes de forma repentina comparado ao panorama evolutivo geral. Precisamos de milhares de anos para evoluir e adaptarmos as novas situações como consequência dos costumes. Em dez mil anos criamos tantas mudanças, tantas situações em que a adaptação seria necessária e isso está causando uma confusão em nosso organismo. Não podemos esquecer que dez mil anos são segundos no global da história evolutiva humana e para cada alteração é necessário mais tempo do que isso.

Nosso organismo precisa de um tempo para adaptar-se às mudanças. Esta adaptação, que é passada também geneticamente, não teve o tempo hábil para adquirir algumas dessas nuances e, por isso, sofre suas consequências.

“O percentual de pessoas com câncer relativo ao número de habitantes está a aumentar gradativamente.”

Como gosto de buscar exemplos e estatísticas para as teorias, fiz uma busca dos maiores casos de mortes e tipo de câncer.

PULMÃO – O mais perigoso

Com 1,2 milhão de novos casos a cada ano, esse é o tipo de câncer mais comum e também o que mais mata no mundo.

Um câncer como consequência do cigarro e da poluição, todos mecanismos de uma nova era criada por nós em que não conseguimos adaptar-nos.

MAMA – Problema nacional

É o câncer que mais mata mulheres, no mundo todo, surgem cerca de 1 milhão de casos anualmente.

Ele está relacionado ou a falta de filhos ou a maternidade tardia. A prova disse é que a maioria dos casos são em mulheres acima de 30 anos e que não tiveram filho ou tiveram filho tarde. O corpo feminino foi projetado para ter filhos e desde a pré história até a idade medieval as mulheres tinham filhos cedo. O organismo ainda não adaptou-se aos novos costumes e por isso as consequências.

COLO-RETAL – Sintomas tardios

Esse câncer, que atinge a região do intestino grosso e do reto, é o terceiro tipo mais comum no mundo, com 940 mil novos casos por ano.

Ele está relacionado a alimentação e o país com o maior número de casos, é o que come mais comida industrializada, Estados Unidos. Está relacionado a obesidade e sedentarismo. Não éramos obesos há mais de dez mil anos atrás e também não éramos sedentários. Nossa alimentação era o resultado da alimentação necessária para termos evoluídos até então.

FÍGADO – Evolução assustadora

Quinto colocado em incidência (com 560 mil novos casos anuais), é o terceiro que mais mata. Geralmente está associado ao alcoolismo e à hepatite B e C, mas a doença também pode ser provocada pelo consumo de grãos mal armazenados, nos quais crescem fungos que produzem toxinas cancerígenas.

Também está relacionado a industrialização e nunca consumimos tanto álcool na história da humanidade.

MELANOMA – Raro, mas temido

O melanoma é um câncer pouco incidente. São cerca de 130 mil novos casos por ano, o que corresponde a só 5% de todos os casos de câncer de pele do mundo.

Os povos após os descobrimentos migraram para regiões que a sua pele não estavam adaptadas. Pessoas brancas são as que mais sofrem da doença e principalmente que estão em regiões que não são nativas.

Porquê do câncer?

O câncer está ligado não só a questão da adaptação genética alimentar mas também as mudanças no mundo com esta evolução tecnológica acelerada.

O câncer em um âmbito geral, é a consequência da não adaptação temporal às mudanças.
Tudo está relacionado ao fato de estarmos de forma muito rápida tentando mudar a natureza evolutiva.

A cura é tão difícil pois, a doença, não é ocasionando por um vírus, nem uma bactéria, nem um ser hospedeiro. Não é uma influência externa e sim interna.

Possível cura.

A resposta para a cura do câncer, pode ser, na tentativa de seguir padrões baseados nos exemplos de civilizações antes da epidemia da doença.

Conclusão

Acredito na lenda em que a tristeza promove o câncer pois a tristeza baixa a imunidade e nos deixa mais vulneráveis e assim, qualquer força maligna dentro de nós ganha força.

Como somos parte uma herança genética, temos uma vulnerabilidade a certos tipos de câncer baseado em nossos antepassados por isso temos que estar atentos ao tipo de câncer que possa ter matado um ascendente e assim, procurar uma vida que não aumente as probabilidades de ter a doença.

O câncer é uma doença que se propaga com a “modernidade”. Os nossos hábitos que se estabeleceram gradualmente desde que nos tornamos populações sedentárias tiveram grande impacto neste aumento da doença. O nosso modo de vida fez com que vivêssemos mais tempo, o que também é um fator que contribui para o aumento de casos mas, a par desta situação temos outras.

Como seres sedentários já não nos movimentamos tanto, ingerimos uma quantidade astronómica de comida processada, o consumo de bebidas alcoólicas aumentou exponencialmente, o consumo de tabaco e associados igualmente, preferimos os meios urbanos para habitar com todos os riscos que acarretam sobretudo a poluição, a reprodução é cada vez mais tardia e os nossos ciclos ativos e de repouso já não se dão de acordo com o ciclo dia/noite.

“A modernidade tem um preço e pode estar a matar-nos aos poucos.”

Texto e pesquisa de autoria do filósofo e pesquisador Fabiano de Abreu, membro da Mensa, associação de pessoas mais inteligentes do mundo. Especialista em estudos da mente humana e criador do ‘Ponto Final’ onde as teorias são avaliados por uma neuropsicóloga e psicóloga e uma arqueóloga.

*texto de Fabiano de Abreu – Doutor e Mestre em Psicologia da Saúde pela Université Libre des Sciences de l’Homme de Paris; Doutor e Mestre em Ciências da Saúde na área de Psicologia e Neurociência pela Emil Brunner World University;Mestre em psicanálise pelo Instituto e Faculdade Gaio,Unesco; Pós-Graduação em Neuropsicologia pela Cognos de Portugal;Três Pós-Graduações em neurociência,cognitiva, infantil, aprendizagem pela Faveni; Especialização em propriedade elétrica dos Neurônios em Harvard;Especialista em Nutrição Clínica pela TrainingHouse de Portugal.Neurocientista, Neuropsicólogo,Psicólogo,Psicanalista, Jornalista e Filósofo integrante da SPN – Sociedade Portuguesa de Neurociências – 814, da SBNEC – Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento – 6028488 e da FENS – Federation of European Neuroscience Societies-PT30079.
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Fabiano de Abreu Rodrigues é psicanalista clínico, jornalista, empresário, escritor, filósofo, poeta e personal branding luso-brasileiro. Proprietário da agência de comunicação e mídia social MF Press Global, é também um correspondente e colaborador de várias revistas, sites de notícias e jornais de grande repercussão nacional e internacional. Atualmente detém o prêmio do jornalista que mais criou personagens na história da imprensa brasileira e internacional, reconhecido por grandes nomes do jornalismo em diversos países. Como filósofo criou um novo conceito que chamou de poemas-filosóficos para escolas do governo de Minas Gerais no Brasil. Lançou o livro ‘Viver Pode Não Ser Tão Ruim’ no Brasil, Angola, Espanha e Portugal.