“Deve haver por aí alguém que aceite minhas imperfeições, minhas loucuras, minhas indiscrições, minha rebeldia, meu excesso de emoção. Vai saber…” (Fernanda Mello)

Ah, se o amor correspondido fosse uma certeza, que beleza seria amar e quanto choro seria evitado. Não, o amor nem sempre tem retorno. Não, nem sempre seremos a escolha de quem escolhemos. Lidar com esse nó que o gostar unilateral provoca será uma das travessias mais dolorosas que enfrentaremos.

Às vezes, a gente tem tanto amor para dar, tem tanto a compartilhar, quer fazer tantas coisas juntas com alguém, mas pode ser que esse alguém não queira o mesmo, ou queira, porém com outra pessoa que não nós.

Nem sempre o amor é justo, sob o nosso ponto de vista, porque dói demais ter que ver lá longe quem a gente queria bem juntinho. Dói muito.

O mesmo ocorre em relação a pessoas por quem temos o maior carinho. Muitas vezes, desejamos a amizade de quem não corresponde o mesmo afeto por nós. Ninguém consegue explicar direito o porquê de certas pessoas atraírem o nosso afeto, da mesma forma que não se explica a não correspondência a esse sentimento por parte de algumas delas. E sofreremos, tanto por amigos que não querem ser amigos, como por amores que não querem ser amores.

A questão é saber lidar com os momentos em que não seremos escolhidos por quem queríamos, em que o não virá na forma da dor amorosa. Vamos nos sentir muito mal, vamos chorar e, por vezes, até iremos nos desesperar, porque a rejeição traz desesperança e mina a nossa autoestima – iremos nos sentir feios, desprezíveis, indignos de amor.

Será uma travessia dolorosa, só nossa, até que consigamos entender que sempre há alguém precisando de amor – do nosso amor.

A gente tem que sentir a dor, chorar e passar pela tempestade, porém, por mais que doa, fé e luta serão necessárias, porque a tristeza engana a mente, rouba os sonhos e leva embora as esperanças que nunca devem sair de perto da gente. Cada um terá seu tempo para poder sair da dor, isso não se julga, mas é preciso tomar cuidado com o apego à pedra em que tropeçamos.

Portanto, acredite: o amor certo virá até você na hora certa.








Graduado em Letras e Mestre em "História, Filosofia e Educação" pela Unicamp/SP, atua como Supervisor de Ensino e como Professor Universitário e de Educação Básica. É apaixonado por leituras, filmes, músicas, chocolate e pela família.