Esses dias me deparei com uma publicação do Padre Fábio de Melo, ele escreveu: “Nunca seremos o suficiente para os que nos idealizam”, percebi que a publicação, de julho de 2018, na sua conta do Twitter, recebeu logo em seguida, milhares de comentários, muitos concordando que, nunca seremos o suficiente para aqueles que nos idealizam! Para quem espera algo a mais de nós!

A seguidora Tatyana MTE falou, “Nesses casos vale o que disse a Pity: Não é minha culpa a sua projeção”. Dri Montagnari também deixou um comentário bem sensato que vale a reflexão: “É que as pessoas, hoje em dia, cobram demais dos outros aquilo que eles próprios não conseguem oferecer. Julgam conhecer o outro sem sequer passar pelo crivo do autoconhecimento. Vivem de ilusão a respeito de si mesmos e dos outros, pois ninguém ama o outro sem se amar primeiro”.

Sobre isso quero conversar com você que em busca de um novo amor, enfim conhece uma pessoa com a qual se identifica muito. Cresce uma esperança então, que é alimentada por pequenas coisas, meros detalhes.

Pouco tempo se passa, alguns dias talvez, e alguns acontecimentos depois, essa pessoa lhe diz: “Eu não quero me envolver agora”…não tem nada a ver com você, é uma questão minha.

No entanto, logo em seguida, a mesma pessoa aparece em um relacionamento com outra pessoa.

Muitas coisas passam por sua cabeça nessa hora. Pensamentos negativos, giram em torno de você e o sentimento de fracasso não te deixa dormir em paz.

A crueza da verdade, te mostra que o outro não queria se relacionar com você. Não tinha nada a ver com não querer um relacionamento. Surge então a pergunta: “Por que não eu?”.

Quando isso se repete, muitas vezes, você se vê diante de um futuro pouco promissor, a sua exigência vai diminuindo, a sua autoestima cheira a limo e você se conforma que terá que viver assim em meio a desilusão e a frustração.

Com uma sensação de chegar atrasada na vida…ou talvez adiantada demais.

Toda vez que isso se repete você ouve: “Você merece mais que isso!”, “Não era para ser!”…

Porém, mesmo ouvindo tudo isso ainda persiste em você a dúvida, apesar de ouvir todos os conselhos, a sensação, aquela que citei agora pouco, ela não passa. Um sentimento de rejeição toma conta da mente. E a gente se pergunta: Por que aquela pessoa foi escolhida e não eu? Quando é que chegará a minha vez?

Faço um convite a você, leitor(a). Pare um pouco e analise com mais calma.

Será que ele(a) era tudo isso mesmo? Você se identificava com a pessoa real ou com o ser que você idealizou?

Será que o outro também não idealizou uma versão sua que não corresponde ao que você é?

A proposta agora é olhar para dentro de si. Reconhecer quem você realmente é. Suas preferências, seus gostos, seus hábitos, suas escolhas.

“A falta de amor próprio nos leva a buscar nos outros o que deveríamos encontrar em nós mesmos” (Pe. Fábio de Melo)

Eis o cerne de toda a questão. Idealizamos fora o que não realizamos dentro.

Ou seja, se você ainda nem sabe o que te faz feliz, se aceita qualquer coisa, se as pessoas te agradam facilmente, qualquer coisa que fazem está bom pra você, pode ser que o problema seja você mesmo, pare e pense: As outras pessoas não são como você, algumas possuem objetivos claros e fortes, sabem o que querem e vão em busca disso.

E todas as rejeições que você sofre pode ser um indício de que você ainda não sabe o que te faz feliz, o que te agrada, e o que te faz bem, desculpe a sinceridade, mas, você ainda não se ama e nem se conhece de verdade.

“Você ainda não é o suficiente para o outro porque ainda não é o bastante para si mesmo!”
Iara Fonseca

A responsabilidade pela sua felicidade é apenas sua, não pode ser delegada a ninguém.

Dessa forma, não idealize para fora. Olhe para dentro de você!

Certamente encontrará um mundo de infinitas possibilidades.

E o amor?

Ah, ele vai te encontrar!

Possivelmente, quando você o tiver escolhido de verdade.

Conhecendo quem você é e o que te faz feliz, terá condições de fazer escolhas melhores. Escolhas que não tem nada a ver com idealização e sim com suas reais preferências. Respeitando sua essência, mantendo sua identidade. A identidade de um ser único e especial. Este ser é você!








Elen de nascimento, Maria por opção. Escritora, pensadora, sonhadora, gestora, coach e mãe. Escrever é colorir a realidade com as imagens que a alma captura a cada momento do existir. Tudo que é vivido, pensado ou sentido merece também ser escrito.