Neurocientista explica como funciona o cerébro de um mentiroso.

O que muitos chamam de “cara de pau” por inventar mentiras sem remorso, é uma capacidade que o mentiroso tem de manipular o cérebro para transformar algo falso em verdadeiro.

Algumas pessoas acham comum o uso de histórias falsas com tom humorístico, pregar peças e brincar com amigos e familiares contando mentiras, mas você sabe o que acontece no seu cérebro quando você mente?

O nosso cérebro utiliza diversas áreas quando vai mentir e quer tornar a fala crível.

O mentiroso precisa fazer um trabalho cerebral muito consiso para que a sua mentira seja recebida como verdade.

Para contarmos uma mentira são necessárias algumas etapas:

1º: Decidir que irá mentir;

2º: Formular, planejar e organizar uma história verossímil;

3º: envolver o outro em uma atmosfera que faça parecer que o que se conta é verdade;

A primeira tem ligação direta com o córtex pré frontal, ventromedial e orbitofrontal, áreas do cérebro responsáveis pela análise de valores para tomar uma decisão, nesse caso, a decisão de omitir um fato e substituí-lo por algo mais favorável.

A segunda parte é a mais complexa porque utiliza o lobo temporal para analisar as memórias, emoções e imagens visuais, bem como, o córtex cingulado anterior para ter autocontrole e o lobo frontal para adicionar pitadas de racionalidade na nova narrativa e a deixar mais crível.

Por fim, a terceira deseja passar a imagem de verdade, mas para isso, precisa utilizar o córtex cingulado anterior, responsável pelo autocontrole para ‘domar’ o sistema límbico que está relacionado à culpa para não gerar sinais físicos de nervosismo. Essas informações também estão no estudo que publiquei, “Mitomania”.

Mitomania é um transtorno que atinge crianças e adultos gerando uma compulsão por contar mentiras.

O mentiroso compulsivo, conta suas mentiras, mesmo que elas não estejam relacionadas a quaisquer benefícios.

Isso pode causar diversas consequências para a vida social do indivíduo e também pode estar associado a outras condições, como personalidade antissocial, ansiedade e hiperatividade.

O mentiroso pensa que inventar uma história falsa pode ser o caminho mais simples para determinada situação, mas acaba fazendo o cérebro trabalhar muito mais contando uma mentira, do que contando a verdade. Com isso, é necessário dispensar muita energia e acaba sendo bastante desgastante para ele, ter que fazer esse movimento continuamente.

Porém, o cérebro entende que esse é o caminho certo por conta dos comandos constantes, com isso, mentir se torna cada vez mais frequente, um hábito difícil de ser modificado. O mentiroso compulsivo, mesmo quando tenta falar a verdade, acaba floreando, modificando e criando cenários diferentes porque condicionou o seu cérebro a isso.

*DA REDAÇÃO HP. Sobre Dr. Fabiano de Abreu – Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, é um Pós-doutor e PhD em neurociências eleito membro da Sigma Xi, The Scientific Research Honor Society e Membro da Society for Neuroscience (USA) e da APA – American Philosophical Association, Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia e filosofia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. Pesquisador e especialista em Nutrigenética e genômica. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat, membro-sócio da APBE – Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva e da SPCE – Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação. Membro Mensa, Intertel e Triple Nine Society.

Foto de Amandeep Nagi na Unsplash

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Fabiano de Abreu Rodrigues é psicanalista clínico, jornalista, empresário, escritor, filósofo, poeta e personal branding luso-brasileiro. Proprietário da agência de comunicação e mídia social MF Press Global, é também um correspondente e colaborador de várias revistas, sites de notícias e jornais de grande repercussão nacional e internacional. Atualmente detém o prêmio do jornalista que mais criou personagens na história da imprensa brasileira e internacional, reconhecido por grandes nomes do jornalismo em diversos países. Como filósofo criou um novo conceito que chamou de poemas-filosóficos para escolas do governo de Minas Gerais no Brasil. Lançou o livro ‘Viver Pode Não Ser Tão Ruim’ no Brasil, Angola, Espanha e Portugal.