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Não viva o mundo pelos sentimentos dos outros

Tenho um amigo que se aproxima de mim conforme os seus interesses. Conhecer uma amiga, um contato profissional, desabafar num momento difícil. Não está ali pra comemorar e chorar junto quando eu preciso. Nunca me ligou no meio de um dia cinza pra perguntar se estava tudo bem nem esteve ao meu lado nos momentos mais importantes da minha vida.

Eu gosto da companhia dele, embora não faça questão de dividir meus segredos e angústias. Gosto, de verdade, das piadas, do senso de humor e da maneira non-sense de ver a vida. Deveria me privar de uma companhia assim apenas porque a relação não passa de um coleguismo ou porque talvez ele não sinta o mesmo?

Há quem pense que sim. Mas qual seria o motivo racional de uma decisão dessa se há uma clareza de intenções? Ele quer algo, eu quero algo. Pronto. Simples assim.

Às vezes esperamos das relações uma perfeição que não existe. Às vezes abrimos mão da leveza de uma boa conversa porque queremos reciprocidade até no meio termo. Às vezes nos machucamos e não entendemos que aquilo que passou é fundamental para aquilo que chegou.

Falta um egoísmo sadio nas relações. Estar perto do outro te faz bem, então porque não? A passagem dele pela sua vida pode ser volátil, mas vale a conversa. A amizade não é verdadeira, mas pode ser leve e pode ser leveza o que você precisa.

Não se mede o amor e o respeito pelos olhos do outros. Posso amar alguém que não me ama, respeitar que não me respeita. Reciprocidade é uma dádiva e deve ser valorizada. Mas não é possível viver do que sentem por você.

O seu mundo é aquele que você vê. Esse não é um egoísmo maldoso. É apenas uma certeza de que você faz o que te faz bem e de que tudo é ganho. O café dividido, meia hora sem pensar nos problemas.

O que é recíproco tem o peso da intensidade e da eternidade. É maravilhoso, mas é contado. Quem é recíproco se conta nos dedos. O mundo é dos voláteis. E sofrer por isso é uma opção sua.

Meça suas entregas pelo seu desejo de entregar, não pelo do outro de receber. Sinta por você. Assuma os riscos por você. A felicidade está nos olhos de quem vê, não no jeito que os outros a enxergam.

Marina Melz

É jornalista e trabalha com assessoria de imprensa.

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