Um dia, sem nos questionar se gostaríamos de ver ou não, a vida resolve nos mostrar o quão sozinhos estamos na jornada que escolhemos. E como se não fosse o bastante, nos salienta que cada vez mais estaremos propensos a seguirmos um caminho solitário. Fato é que sentir-se sozinho no mundo é uma constante na vida de muitos de nós. Quanto mais lemos, refletimos, estudamos ou nos doamos a ter compaixão pelos outros, mais nos sentimos desacompanhados e incompreendidos neste mundo de tantas opiniões agressivas, cheias de pulso firme e pouca sensibilidade. E, infelizmente, evoluir, seja mentalmente ou espiritualmente, é um delicado pedido para sentir-se cada vez mais solitário.
Há anos me sinto sozinho, mesmo que nas redes sociais as notícias sejam diferentes. E não que o conteúdo seja falso ou irreal, mas a solidão, neste caso, é um sentimento interno e não necessariamente social. Com o decorrer dos dias a maturidade traz uma coisa linda e sensível que chamo de triagem do coração, a gente seleciona quem gostaríamos ter ao nosso lado, quem gostaríamos de proferir palavras de amor e de quem gostaríamos de nos distanciar; e saber selecionar as pessoas antes de envolver-se com elas é o primeiro passo para evitar sofrimentos desnecessários. Ficar perto de pessoas que oscilam uma energia parecida com a nossa é um dos recursos mais bonitos para buscar paz e equilíbrio; sejam eles amores, amigos ou até mesmo a nossa família. Sei que parece triste ou extremista se distanciar até de alguns familiares, mas o meio-termo entre o “dever” e a paz interior é sempre uma linha muito tênue.
Existe um ditado que diz que a “ignorância é uma benção”, pois nela as verdades são sempre fáceis e reducionistas, as respostas são simplistas e baseadas somente entre o “sim” e o “não”. Acontece que muitas vezes as pessoas que escolhem facilmente o “sim” ou “não”, nem sempre ponderam e sustentam as suas opinioes por coerência, mas, sim, por busca de aprovação e conforto pessoal. Abrir a cabeça e observar que os caminhos da vida são mais vetoriais, é sempre uma escolha difícil e cansativa. Hoje não faço mais questão de ficar perto de pessoas que sugam e criticam – sem embasamento – os meus princípios e a maneira que vejo o mundo, pessoas que insistem na obviedade do erro e dizem em alto e bom som que o certo é uma verdade universal. Porém, como consequência, dia após dia, para me ausentar dessa fadiga, escolho a solidão; o meu violão, minhas plantas e o sol que bate na janela da minha sala ao amanhecer, eles nunca me traem.
A vida é solitária, e essa decisão não é ocupada por raiva ou descrença nas pessoas, mas por uma escolha de convicções e uma linda e árdua busca pela paz interior. Ter ciência que a vida é solitaria e não sentir-se sozinho por isso, por mais antagônico que seja, faz parte da escolha que fazemos todos dias. E como sempre digo: não podemos viver o desafeto das escolhas que não fizemos. A solidão é um mal da alma para quem quer sair da caixinha de opinões prontas e gritadas, para quem quer conviver com um pouco mais de sabedoria, para quem quer conviver com pessoas que carreguem consigo uma calmaria e parcimônia na hora de tomar as grandes decisões. Parece triste, e talvez até seja, mas a vida sempre será solitária para quem, que por algum motivo, escolheu evoluir e se desprender das regras desse mundo, muitas vezes, tão cruel.
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