Não existe mágica para mudar uma pessoa da noite para o dia.

Respeitar as diferenças é imprescindível para qualquer tipo de relação saudável.

Todos os seres humanos são dotados de qualidades. Algumas extraordinárias para algumas áreas da vida, como se fosse uma missão que não dá para intervir, nem a própria pessoa tem essa consciência.

Relacionamentos são complicados, é fácil falar o que precisa ser feito, difícil é colocar em prática, não é mesmo?

Existe um ditado que diz: “pau que nasce torto morre torto”, mas não é essa uma verdade absoluta. Estamos todos aqui para evoluir, alguns entendem isso muito rápido e todos os dias se coloca a serviço nesse sentido e se movimenta para ser melhor do que foi no dia anterior.

Porém, algumas pessoas insistem que não precisam mudar nada nelas mesmas, e acreditam piamente que os outros é que precisam se ajustar ao modo como ela enxerga a vida.

Ninguém nasce com paciência, como todas as virtudes humanas, elas precisam ser trabalhadas e desenvolvidas diariamente.

Tecer conversas edificantes é um caminho para buscar uma compreensão profunda sobre si mesmo. O problema é que a maioria das pessoas estão cheias de certezas absolutas e são taxativas nas suas conclusões sobre a vida, sobre o outro e sobre si mesmo. E quando vão expor suas ideias, elas simplesmente fazem a maior confusão.

O fato é que ninguém pode ter certeza de nada nessa vida, não está ao nosso alcance compreender a vida como um todo, mas o nosso ego, quer que a gente entenda e explique.

Nesse momento, controlados pelo ego, criamos muitas suposições e queremos estar certos, queremos que os outros concordem conosco e nos achamos no direito de julgar aqueles que são diferentes, ou que já evoluíram um degrau a mais.

Julgamos uma pessoa que já conquistou a virtude da paciência, por exemplo, não acreditamos que ela possa ter desenvolvido essa virtude por merecimento próprio, só porque ainda não a conquistamos.

Devemos sim exteriorizar os nossos sentimentos, mas não para usar o ouvido dos outros como muleta, ou para que eles confirmem os nossos “achismos” mesquinhos. Devemos expor os nossos sentimentos para que, nos ouvindo, possamos compreender a nós mesmos para fazer as mudanças necessárias que precisam ser feitas em nossa vida.

Ninguém tem a obrigação de nos entender, nós é que precisamos nos conhecer a fundo, para que assim, possamos trilhar o caminho da reforma íntima.

Engana-se quem acha que consegue mudar a si mesmo e ao outro, num passe de mágica.

Mudanças dão trabalho. Chega a ser um processo longo e doloroso, mas extremamente necessário.

Respeitar as diferenças é demonstrar o nosso amor. Quando queremos mudar o outro porque não conseguimos ou não queremos mudar a nós mesmos, acabamos entrando em estado de sofrimento.

O que vale é respeitar a caminhada de cada um sem intervenções, pois não existe certo e errado na própria vida e nem na vida alheia.

Eu posso dizer isso porque até pouco tempo estava nesse estado, sofrendo muito, mas quando decidi parar de julgar, quando fiz a escolha de viver a minha vida sem fazer tantas cobranças, percebi que o problema não estava na vida, ou nos outros, mas na forma como eu enxergava a vida e os outros.

Parei de complicar e, de repente a vida se tornou mais leve. Mas não pense que foi fácil lutar contra os pensamentos negativos que vinham e queriam ficar. Exigiu e ainda exige um enorme esforço e comprometimento comigo mesma, mas a cada novo dia que eu persevero, melhor eu fico.

Respeitar as diferenças não tem nada a ver com aceitar desaforos. É preciso diante de tudo isso, aprender a impor limites claros, e não permitir que o outro invada a linha tênue do bom senso.

O que importa mesmo, em resumo, é a prática da empatia. Se sensibilizar com a dor alheia não é sentir pena, é ter compaixão sem julgamentos.

Com empatia, tudo muda e tudo se transforma para melhor. A empatia estreita laços e destrói muros.

A empatia é essencial nesse mundo cada vez mais competitivo. Onde colegas competem por uma posição melhor, onde casais competem para ver quem está certo e quem está errado, onde irmãos, amigos e partidos políticos digladiam o tempo todo na tentativa de se sentirem superiores uns aos outros.

Existe um propósito de vida maior, como diz a máxima: “fora da caridade não há salvação”.

O mundo exige mudanças e estas começam pelo amor, amor ao próximo, bem como, amor por si mesmo.

Com amor podemos mudar qualquer realidade.

O poder de amor acontece quando nos conectamos com respeito a verdade de cada um. Vamos nos conectar? Use como base o amor e assim tudo fluirá. Sejamos verdadeiros uns com os outros e cessemos as competições entre nós, cada um tem o seu valor nesse mundo, e ninguém tem o poder de mudar ninguém em um passe de mágica.

Vamos deixar aflorar o que há de bom dentro de nós mesmos, e quando mais evoluirmos, mais seremos tolerantes com os defeitos alheios porque assim como queremos que nos perdoe quando erramos, devemos perdoar os outros.

Ninguém consegue mudar de uma hora para outra, mas para mudar qualquer coisa em nós é preciso, primeiro, querer descortinar os véus da ignorância que nos prendem ao ego.

Se a pessoa nem consegue perceber que existem sentimentos, emoções e pensamentos dentro dela que estão atrapalhando os seus relacionamentos, fica impossível a convencer disso. Ela precisa acordar para esse fato, e cada pessoa possui o seu tempo de entendimento, não há como forçar nada, ela precisa de tempo para poder compreender a si mesma e dar sentido a sua própria vida.

*DA REDAÇÃO RH. Texto de Idelma Costa, edição Iara Fonseca. Foto de Damian Barczak no Unsplash.

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Idelma da Costa, Bacharel em Direito, Pós Graduada em Direito Processual, Gerente Judicial (TJMG), escritora dos livros Apagão, o passo para a superação e O mundo não gira, capota. Tem sido classificada em concursos literários a nível nacional e internacional com suas poesias e contos. Participou como autora convidada do FliAraxá 2018 e 2019 e da Flid 2018.