O acidente envolvendo a brasileira Juliana Marins abalou a comunidade de viajantes e amantes da natureza nesta semana. A jovem de 26 anos morreu após sofrer uma queda de aproximadamente 500 metros durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia.
Envolvido diretamente nas buscas, o guia de montanha Agam Rinjani compartilhou em suas redes sociais os bastidores do resgate e prestou uma homenagem emocionante à jovem: “Não pude fazer muito, mas ajudei como pude.”
Queda aconteceu em região remota do Monte Rinjani
Juliana desapareceu na manhã de sábado (21) enquanto fazia uma das rotas mais desafiadoras rumo ao cume do Rinjani, o segundo vulcão mais alto da Indonésia. O acidente ocorreu durante uma trilha guiada, ainda na madrugada, em um trecho conhecido por sua inclinação acentuada e solo instável.
As buscas duraram quase quatro dias, mobilizando mais de seis equipes de resgate, dois helicópteros, alpinistas locais experientes e até uma furadeira industrial para auxiliar no acesso ao local do acidente.
O corpo foi encontrado por uma equipe que conseguiu descer até uma área de difícil acesso entre 2.600 e 3.000 metros de altitude, conhecida como Cemara Nunggal.
Ver esta publicação no Instagram
Condições extremas desafiaram socorristas
O guia Agam Rinjani, um dos montanhistas voluntários que se uniram ao resgate, relatou os desafios enfrentados durante a missão. Em seu perfil, nas redes sociais, o guia compartilhou vídeos que mostra a densa neblina, as mudanças abruptas de temperatura e o solo escorregadio que dificultaram cada passo das equipes.
“Fiz o que pude. Lamento profundamente. Que Deus receba essa alma com bondade”, escreveu Agam em tom de despedida, ao mostrar a área onde o corpo de Juliana foi resgatado. A operação de resgate foi marcada por tensão, esforço coletivo e solidariedade entre os guias locais e as autoridades indonésias.
Caption bung Agam : “Turut berduka cita, atas meninggalnya pendaki asal Brazil, saya tidak bisa berbuat banyak, saya hanya bisa bantu seperti ini, 🥺Semoga amal ibadahnya diterima disisiNya Amin.!”
Bung Agam Rinjani salah satu Tim SAR gabungan Rescuer yang turun mengevakuasi… pic.twitter.com/XzDlWzwCNB
— heulaaluhe (@aingriwehuy) June 25, 2025
Quem era Juliana Marins?
Juliana era publicitária e havia iniciado um mochilão pelo Sudeste Asiático em fevereiro de 2025. Amante da natureza e dos esportes ao ar livre, compartilhou registros da jornada por países como Vietnã, Filipinas e Tailândia em suas redes sociais.
Em uma das publicações, escreveu: “Nunca me senti tão viva.”
Ela fazia a trilha com um guia turístico quando sofreu a queda. Após o acidente, não conseguiu enviar sinal para a família. Amigos brasileiros e turistas que estavam na região acionaram contatos no Brasil por meio das redes sociais, alertando sobre o ocorrido.
A trilha do Rinjani: Beleza e perigo
O Monte Rinjani é uma das atrações mais procuradas por turistas aventureiros na Indonésia. Com mais de 3.700 metros de altura, o vulcão ativo exige preparo físico, equipamentos adequados e atenção constante com o clima local — que pode mudar drasticamente em minutos.
Especialistas em geologia explicam que o solo da região é altamente instável, principalmente após chuvas. “É um tipo de terreno que parece sólido, mas pode ceder com facilidade. Aliado à altitude e à neblina, os riscos se multiplicam”, afirma um guia local ouvido pela imprensa indonésia.
Imagem de Capa: Reprodução