Uma mulher de apenas 47 anos, moradora de Knoxville (Tennessee), tornou pública a sua jornada com o Alzheimer de início precoce. Dessa maneira, ela revelou quais foram os primeiros sintomas que a fizeram desconfiar de algo muito além do cansaço de ser mãe de um bebê.

Quando a suspeita surgiu

Em 2024, Staci Marklin começou a notar pequenas mudanças. Nesta época, Marklin tinha Gunnar, seu filho de apenas dois anos. No começo, ela interpretou os lapsos mentais como parte do “mom brain”, aquela névoa mental típica do pós-parto.

Contudo, ela começou a ficar preocupada quando suas falhas estavam mais graves do que esquecer uma tarefa simples. Ela trocava palavras de forma constante: um dia pedia para alguém “mover o tapete” quando, na verdade, queria mover a cortina.

Esses episódios, antes sutis, se tornaram cada vez mais frequentes e preocupantes.

Sintomas desde a gravidez

De acordo com Staci, os sinais não começaram só no pós-parto, ela já os via durante a gravidez. “É difícil dizer quando tudo começou”, disse ela. “Tive esses lapsos enquanto estava grávida e depois de ter o bebê.”

O esquecimento foi atribuído à maternidade, até que se tornou evidente que algo mais profundo estava acontecendo.

Lapsos graves de memória

Com o tempo, os sintomas evoluíram para lacunas completas de memória. Em uma situação, ouvir um nome familiar não fez sentido para ela. Só dias depois ela percebeu que era alguém que conhecia bem: um colega de trabalho com quem costumava conversar.

Esse tipo de episódio foi decisivo para Staci. Ela sabia que não era só “mom brain”, era algo mais sério. Além disso, sua avó havia tido Alzheimer, o que levantou bandeiras vermelhas.

O diagnóstico

Apesar de sua preocupação, alguns médicos foram céticos. Um deles disse que Alzheimer em alguém tão jovem era “raro”. Porém, Staci insistiu e passou por uma série de exames.

Em outubro de 2024, o diagnóstico veio: um PET scan de amilóide revelou placas características da doença no cérebro. A avaliação cognitiva mostrou que seu desempenho estava entre 0 e 10% do esperado para alguém da sua idade.

Para ela, a confirmação não foi surpresa: “Quando recebi o resultado, eu sabia exatamente o que isso significava”. Na época, já havia deixado o trabalho, pois sentia que algo não estava certo.

Impacto na família e na vida diária

O momento do diagnóstico foi dramático. Staci estava com o marido, Erik, quando soube do resultado. “Choramos juntos e percebemos que nada seria igual dali em diante”, conta. Eles têm três filhos, incluindo Gunnar, e também a enteada Rylee, de 21 anos.

Após a confirmação, ela começou um tratamento com lecanemab (Leqembi), que é indicado para Alzheimer em estágio inicial. Paralelamente, decidiu compartilhar sua experiência de forma aberta para enfrentar preconceitos sobre a doença.

Luta contra o estigma

Um dos desafios que Staci mais enfatiza é o equívoco de que Alzheimer é só para idosos. “Muita gente trata o meu diagnóstico como se eu não pudesse mais contribuir, pensar ou amar”, afirma.

Ela relata a dificuldade de convencer as pessoas de que seus exames eram reais — de que ela, de fato, tinha Alzheimer precoce.

Preservando memórias

Para lutar contra o esquecimento e registrar seu dia a dia para o futuro, Staci usa o TikTok. Lá, ela compartilha vídeos destinados especialmente à família, para que tanto ela quanto os entes queridos possam resgatar momentos importantes quando a memória se tornar mais frágil.

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Imagem de Capa: Staci Marklin