O que para muitos é covardia, para Deus, agir no lugar de reagir é o mais puro exemplo de coragem.

Agir no lugar de reagir.

Aprendemos a viver como se estivéssemos entrincheirados em nós mesmos, numa verdadeira postura de guerra contra o próximo, apesar de uma aparente harmonia reinante na sociedade moderna.

Frequentemente nos lares, entretanto, o que se ensina é “se bater, leva” ou “eu não levo desaforo para casa”.

Apesar de respirarmos o século 21, com toda a evolução tecnológica que o acompanha, moralmente ainda vivenciamos o “olho por olho, dente por dente” dos tempos de Moisés.

Na era dos clones, dos satélites, da notícia em tempo real, continuamos a desafiar nossos semelhantes a constantes batalhas de conquistas. Farinha pouca, meu pirão primeiro é outra “pérola” do egoísmo belicoso da atualidade. As armas de extermínio estão cada vez mais eficientes e arrasadoras. As palavras ofensivas também. Quantas guerras mundiais iniciam-se na intimidade do lar? Quanta suscetibilidade, melindres, todos filhos do orgulho, levam o homem a matar seu semelhante, seja física, seja moralmente?

Ainda estamos reagindo no lugar de agir. Agir é dizer não ao revide, às disputas funestas por ambição, egoísmo, vaidade ou inveja. Jesus jamais reagiu. Seu Amor Crístico era ação pura. Falava para redimir almas enfermas, curava por Amor e provava sua superioridade moral como Governador do Planeta, mas, essencialmente, calava para agir. No momento do testemunho, sempre que ofendido e injuriado, o silêncio agia no lugar de reagir.

Mas, algumas vezes, fez-se necessário o uso da palavra e o Mestre também nos trouxe este ensinamento quando exortou em Mateus Cap. XVIII, 15: Se contra vós pecou vosso irmão, ide fazer-lhe sentir esta falta em particular, a sós com ele.

Isto é agir. Estamos longe de ser como Jesus, mas já podemos calar uma ofensa, controlar a cólera, sofrer uma injúria sem espalhar a maledicência da crítica vingativa e exercitar o perdão.

Exercitar eu digo, porque não conseguimos perdoar imediatamente, já que ainda nos ofendemos. O que para muitos é covardia, para Deus, agir no lugar de reagir é o mais puro exemplo de coragem. Atirar pedras nos defeitos alheios é fácil, mas ser alvejado sem fugir ou revidar, seguindo adiante na certeza que somos mais fortes que as pedras que nos ferem, é sinal de fortaleza de caráter.

Vejamos: se nosso agressor nos ofende por ódio e temos real responsabilidade neste sentimento adverso, peçamos perdão e, mesmo não atendidos, prossigamos nossa caminhada, intentando nunca mais cometer semelhantes erros.

E quando a mágoa se fizer muito grande, diante das constantes feridas, lembremos o Mestre que nos exortou a perdoar setenta vezes sete vezes, isto é, incondicionalmente, mesmo que não tenhamos nenhuma responsabilidade, na presente encarnação, pelas atitudes do agressor.

Mas como conseguir tal feito, se muitas vezes precisamos nos defender para sobrevivermos?

Pois afirmo uma vez mais que o melhor caminho será sempre a ação do Amor, sem a perda da dignidade, ou a dependência doentia, pois que o nosso falar também pode ser sim sim, não não, como também nos ensinou o Mestre.

Quem escreve esse texto é o primeiro a necessitar de todas as palavras contidas nele. Por reagir muitas vezes e outras tantas deixar de agir, fui arremessado a duras lições.

Que não nos domine o orgulho ou o medo, mas o amor por nós mesmos, para que ao agir, possamos aprender a amar o próximo. A Justiça Divina tarda, ao nosso conceito imediatista, mas não falha jamais. Lá em Cima tem Alguém que está de olho em nós, mas também nos Ama incondicionalmente. Façamos por onde merecer tal Amor.








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