Hoje eu amanheci sol…

Nessa minha vida onde muita sola de sapato foi gasta, onde o coração com sede, muitas vezes, pediu água para sobreviver e onde cada dia que se findava, a alma era socorrida por Deus… eu aprendi muito!

Mesmo com tantos descuidos tantas incertezas tantos nãos engavetados feito lembretes, tantos devaneios em minha mente, entendi que tem que ser dia após dia, prece após prece, que o caminho se descortina, sem que eu entenda tudo, sem que eu me iluda tanto, sem que eu deixe de tentar me compreender.

Nessa minha mania de acreditar em coisas que muitos nem se lembram e da sensação de que não quero morrer por dentro, vem a mim a certeza de que não vale o abandono da alma e nem o desassossego para algumas coisas.

Aí eu me dou outro voto de esperança e acendo os faróis do tempo e sigo transitando onde cabem meus sonhos… e vou refletindo a luz da manhã na alma como quem não quer se apagar porque a vida é rara!

O céu é horizonte, e o meu espaço é aéreo, etéreo, simples, mas verdadeiro.

Nessa minha vida, onde já vi muita coisa, já senti outras tantas e me desprendi como quem se desapega de tanto sofrer, vi que mais vale um sorriso no rosto do que esperar algo que não vem, esperar aquilo que não se tem condições de receber.

Aí, novamente faço um check list de tudo que me trouxe até aqui e vejo que Deus trabalhou bastante, assim como eu relutei algumas vezes, mas suportei e encarei o que foi preciso.

Gastei tempo, amealhei muita coisa boa, desfrutei de outras tantas, e parei de achar que sou vítima do acaso e que não devo acumular em potes as coisas ruins. Desfazer-me de cada uma delas é como se eu me libertasse de cada momento que não foi bom e que, de certa forma modificou meu pensamento, minha alma, meu minuto a sós com meu silêncio.

Vale mais a pena colecionar amizades sinceras, afagos de paz, e gente que olha no olho sem se importar com a plateia. Porque há plateia que só serve para querer secar árvores mais frondosas e coloridas. Há plateia que não se contenta com a própria vida.

Eu não. Não destilo veneno, oro por dentro e emito sinais para o coração, para que ele se encontre e reencontre o que Deus quiser e o que for mais uma vez preciso atravessar.

Os períodos de calmaria, muitas vezes, podem anunciar períodos mais turbulentos. Mas quando estou consciente de que tudo muda em um segundo, seguro-me em minha fé e no que pode aliviar os conflitos.

Hoje eu amanheci sol; tenho certeza de que nenhuma tempestade vai me derrubar.








Sou Paulista, descendente de Italianos. Libriana. Escritora. Cantora. Debruço-me sobre as palavras. Elas causam um efeito devastador em mim. Trazem-me â tona. Fazem-me enxergar a vida por outro prisma. Meu primeiro Livro foi lançado em Fevereiro de 2016. Amor Essência e Seus Encontros pela Editora Penalux. O prefácio foi escrito pelo Poeta e Jornalista Fernando Coelho. A orelha escrita pelo Poeta e jornalista Ivan de Almeida. O básico do viver está no simples que habita em mim.