Pais emocionalmente e intelectualmente imaturos são responsáveis por formar crianças que acreditam precisar assumir responsabilidades adultas precocemente. E por conta disso, acabam se tornando adultos carentes!

Essa inversão de papeis pode causar marcas profundas no ser em desenvolvimento, que se sente na obrigação de gerir os acontecimentos familiares de modo tão impactante, que essa obrigação, acaba por interferir na sua formação adulta.

Uma infância negligente forma um adulto com uma autoestima comprometida, que se sente carente e desvalorizado por ele próprio, e não consegue enxergar seus talentos e se colocar no mundo por não saber ao certo, qual a sua real função nele!

Quando enfim, se torna adulto, esse filho de pais imaturos, acaba por revelar sua carência ao escolher uma profissão que não condiz com o que ele realmente ama, já que ele próprio se sente desmotivado e não consegue saber o que ele poderia fazer de bom para o mundo.

A autoestima afetada pela imaturidade dos pais é a grande causadora dessa insatisfação que o deixa perdido sem conseguir se apaixonar por nada efetivamente.

O excesso de responsabilidade que essa criança teve que assumir durante a infância a faz querer fugir das responsabilidade quando adulto. Geralmente, essas crianças-adultos, acabam abandonando casamentos e filhos, ou até, nem chegando a assumir algum compromisso mais sério.

Sim, existem exceções, essa não é uma regra. Existem pessoas que, mesmo com todas as obrigações que tiveram na infância, mesmo com a carga psicológica pesada que os seus pais imaturos os impuseram, ainda sim, se tornam adultos responsáveis com sua nova família e efetivamente cumpridor de suas obrigações.

Porém, mesmo agindo “corretamente” a tristeza é uma grande companheira de jornada, pois a carência não o abandona, a falta é uma constante em sua vida, mesmo que já tenha conquistado grande parte das coisas que desejava.

Essa criança que não teve escolha, que caiu em um lar de pessoas imaturas, sente o vazio que é crescer sem direcionamentos e exemplos positivos. E esse vazio se encontra guardado bem dentro dele, e é o que muitos psicólogos chamam de “criança ferida”.

Essa criança ferida se encontra dentro dele, mesmo que ele não queira, de quando em vez ela o visita, o deixando insatisfeito, revoltado, indisposto, triste, e sobretudo, carente.

Pais imaturos

Geralmente, esses pais imaturos também não tiveram uma criação emocionalmente forte e acabam reproduzindo aquilo que viveram mesmo que não tenham achado certo, visto que ainda carregam essa criança ferida dentro deles.

Infelizmente essa reprodução e repetição da criação que tiveram é confrontada pela criação que gostariam de ter tido, e com essa incoerência passam a educar seus filhos de uma forma desequilibrada. Uma hora prometem algo e depois não cumprem, outra hora dão muito amor e depois demonstram que ter um filho foi um erro, ou até mesmo jogam na cara todos os sacrifícios que tiveram que fazer e tudo que ofereceram a eles.

Essa inconstância entre afeto e desamor é fruto da imaturidade do adulto que não compreende suas próprias emoções e por conta disso não consegue ensinar aos filhos como desenvolver uma inteligencia emocional, visto que ninguém consegue ensinar o que não aprendeu.

Alguns pais constantemente fazem seus filhos se sentirem indesejados pelo excesso de crítica e pela exigência perfeccionista. Esses pais exigem que seus filhos sejam bons em tudo, mesmo sabendo que é impossível ser bom em tudo. São orgulhosos e querem poder mostrar para os outros que o filho é o melhor, querem esfregar na cara da sociedade o filho exemplar e próspero que possuem.

Mas essa cobrança excessiva faz essa criança se perder de tal forma que mesmo se saindo bem em todas ou quase todas as matérias, ela não consegue enxergar o sentido de nenhuma delas na prática. E uma criança que não enxerga o sentido, que é manipulada e forçada em uma direção que não é a que ela efetivamente escolheu, perde a vontade de viver!

Alguns pais imaturos contribuem para a não aceitação do filho e de suas características,fazendo criticas excessivamente destrutivas a cada ação que ele venha a realizar ou desperte o interesse em realizar.

Esses pais provocam nessa criança a sensação de não saber fazer nada direito, o que o transforma em um adulto que não acredita nas próprias potencialidades e que constantemente se deprecia, ao acreditar piamente que não faz nada direito e que não serve para nada.

Essa criança se torna um adulto que não sabe escutar criticas, e se fere profundamente sempre que alguém diz que algo precisa ser melhorado em seu trabalho. Muitos desistem de trabalhar para os outros por conta disso e não conseguem aplicar nada, pois acreditam não saber fazer nada direito, mesmo tento vários talentos não explorados.

Essa carência de elogios, de liberdade de escolha e de autonomia, os tornam adultos totalmente perdidos diante das infinidades de possibilidades que a vida apresenta.

É como se a vida jogasse as cartas e ela simplesmente não conseguisse pegar nenhuma.

É fácil identificar um adulto carente

Ele geralmente se isola, mas no fundo, gostaria que o solicitassem com mais frequência, mas não suportam cobranças. Não querem ser obrigados a nada, e não fazem questão de fazer o “social”.

Geralmente sentem muita raiva e frustração pela infância roubada, mas não sabem ao certo que esse é o motivo. Mascaram constantemente as emoções, e muitos não culpam os pais por nada, pois não conseguem entender a raiz do seu sofrimento, e nem buscam saber.

O problema a ser revelado quando começam a vomitar toda a raiva e frustração que carregam da infância em cima dos outros.

A raiva é tão destruidora que causa danos muito sérios, e só assim, eles entendem que precisam buscar ajuda!

Se formos analisar os dados do Ibope que afirma que 28% da população brasileira diz não ter recebido nenhum carinho na vida, e que 21% disseram jamais ter dado carinho a qualquer outra pessoa, podemos entender que a quantidade de pais imaturos é bem grande. E que a quantidade de filhos que se tornam adultos carente, é gigantesca!

Mas qual o tratamento para a carência? Existe algum?

Geralmente os adultos carentes possuem algumas características marcantes:

-Se sentem inferiores;

-Possuem a autoestima desequilibrada;

-Não sabem o que fazer da vida;

-Se sentem sozinhos, mas preferem a solidão do que a companhia de pessoas que os levem a fazer o que não querem, pois não sabem dizer não;

-São submissos por medo de serem subjugados;

-Obedientes, possuem dificuldade em dizer o que pensam;

-Não conseguem ser autênticos por medo de desagradar, e por não conseguirem, acabam não sabendo quem são efetivamente;

Se você se identificou, não tema, como citei a cima, muitas pessoas se encontram no mesmo barco que você.

Realmente, não é fácil sentir tudo isso que você sente! E se isolar não irá resolver seus problemas de carência afetiva.

Culpar seus pais por terem sido e continuarem sendo imaturos, também não. Porque como bem disse Renato Russo eles “São crianças como vocês”!

O que você precisa saber é o que você vai fazer com toda essa sua história que está cravada aí dentro.

Uma dica: Se perdoe e perdoe os seus pais! E siga em frente!

Esse é o melhor jeito de parar esse ciclo de insatisfações e de carências que vem prejudicando seus relacionamentos e sua vida profissional!

Mas eu não consigo perdoar! Nem me perdoar pelo que eu já fiz movido pela raiva e pela frustração!

Para todo problema há solução, apenas precisamos limpar os óculos para enxergar mais claro, se vincular a práticas de autoconhecimento que o levem a entender todas as suas emoções é o primeiro passo para conseguir escalar essa muralha que você construiu entre você e o mundo.

Essa disposição para o auto-entendimento o levará a começar a agir em direção da cura.

E a cura está em não culpar nada e nem ninguém pelo que nos acontece ou pelo que nos aconteceu, mas sim, em admitir os fatos, reconhecer as emoções negativas que carregamos e as sombras que ainda precisam iluminar.

Nesse sentido, e durante todo esse processo de autoconhecimento, conseguiremos abrir espaço para novos sentimentos, para o perdão das nossas falhas e para as falhas dos outros!

Abrimos caminho para uma nova fase, mais feliz, mais leve, menos responsiva e crítica, mas mais responsável, aceitando a natureza imperfeita do ser humano, ou seja, de si próprio.

Ao praticar o autoconhecimento, se analisar ou procurar apoio profissional, você entenderá que não precisará se cobrar tanto, e que poderá falhar sim, ou melhor, entenderá que não existe vitória sem antes ocorrerem alguns fracassos, e que fracassar é normal!

Mesmo que não seja isso que seus pais tenham dito a vida toda, mesmo que eles tenham feito você sentir um enorme medo em fracassar, e isso tenha te levado a se esconder do mundo, tenha em mente que a vida exige coragem, exige que nos coloquemos em serviço, na direção daquilo que poderá nos fazer felizes e que também poderá levar satisfação aos outros.

Pais imaturos que não reconhecem os erros que cometeram com os filhos e continuam os impedindo que eles sejam quem eles são de verdade, que continuam os obrigando a seguirem caminhos que eles claramente não querem, formam adultos carentes.

Porém, mesmo que não sejamos nós os responsáveis por essa carência aparentemente incontrolável que nos invade, como adultos, somos responsáveis em procurar ajuda para nos conhecermos afim de identificarmos as nossas potencialidades!

Ao reconhecermos aquilo que temos de bom dentro de nós, sem que ninguém tenha que nos dizer isso ou aquilo, sobretudo sem nos preocupar com o que possa dar errado, mas analisando e planejando o que poderá ser um possível caminho é o melhor caminho!

Sigamos comprometidos, procurando meios para a cura desse mal que nos assola e que não permite que nos apaixonemos pela vida e nem por ninguém!

A dependência emocional causa danos profundos, se tomamos remédio para dor em geral, por que não buscar ajuda para uma dor que vem da alma?

Por que achamos que damos conta de resolver algo que não se resolve definitivamente?

Procure ajuda! E não tenha filhos caso se sinta emocionalmente despreparado! E se por acaso você já tenha filhos e se sinta imaturo, procure ajuda para amadurecer suas questões internas, antes que seja tarde!

Todos nós carregamos dores, e cada um sabe da sua, o errado é acharmos que aqueles que amamos devem aprender a conviver com essas dores, e que podemos vomitá-las em cima deles, porque eles nos amam.

Não, isso está, definitivamente errado! Não faça isso! Cure-se!








Jornalista, escritora, editora chefe e criadora de conteúdo dos portais RESILIÊNCIA HUMANA, SEU AMIGO GURU e HOMEM NA PRÁTICA. Neurocoaching e Mestre em Tarot. Para contratação de criação de conteúdo, agendamento de consultas e atendimentos online entrem em contato por direct no Instagram @escritoraiarafonseca .