Fazia tempo que eu queria acreditar que você não servia pra mim, mas eu não conseguia entender isso e nem sei te explicar o porque, só sei que eu fui me envolvendo, sabe? Eu fui deixando me levar pelo teu jeito, teu beijo, pelo teu toque até perceber que tudo isso era tão pouco perto do que eu estava te dando.

Eu mergulhei em você mesmo sabendo dos seus perigos e todas aquelas placas de aviso dizendo pra me afastar, ”forte correnteza”, ”perigo, risco de afogamento”, eu ignorei tudo e me deixei levar por algo que eu acreditava que era alguma coisa mas não passava de uma confusão e dependência. Mergulhei em você porque eu queria e precisava entender tudo o que eu estava sentindo, sabe?

Essas coisas a gente não planeja, a gente não escolhe por quem vai se apaixonar. Mas se tem uma coisa que eu aprendi com você, é que a gente pode escolher sim entre permanecer em algo inútil ou cair fora. E eu escolhi ir embora. Hoje eu entendo que você nunca foi o suficiente pra mim como eu achava que era.

Eu percebi que estava claramente sozinha nisso. E dói perceber que você está sozinha em algo que você acreditou em algum momento que era recíproco. Dói querer alguém e, depois de tanta coisa, saber que esse alguém não te quer na mesma proporção. Eu entendi que mereço alguém melhor, que não preciso ficar me envolvendo nessa coisa que não vai me levar a lugar algum a não ser ao descontrole emocional.

Eu sei que não tem problema algum em se envolver, o foda mesmo é se envolver com alguém que não tá nem aí. Me via jogada nos teus braços, querendo atenção, querendo cuidado e você, onde estava? Às vezes demora um pouco, mas uma hora a ficha cai.

Me perdi pra te encontrar, me deixei um pouco de lado pra te colocar na minha frente, tirei os meus interesses e planos e só foquei em você, te dei todo o espaço do meu peito e me joguei no porão, fiquei no menor cômodo de mim mesma só pra te agradar pra no final das contas perceber que isso nunca foi amor e que você não merecia nem que eu abrisse a porta do meu peito pra você entrar.

Eu alimentava algo que não existia e o meu erro foi ter, nas pequenas atitudes suas, depositado grandes expectativas. O mínimo que você fazia se tornava algo imenso, e aquela migalha que você me trazia acabava se tornando algo extremamente grande e importante pra mim.

Tá tudo bem, vou ficar bem e o tempo que virá há de me tornar uma pessoa melhor e ainda mais madura. Tá tudo certo, de você eu não tenho raiva nem guardo rancor. Só me guardo agora. É com tudo que sobrou de mim que vou aprender a não abrir o peito pra pessoas como você, porque pessoas assim a gente no máximo abre o caminho e deixa passar pra bem longe.








Sou recifense, 24 anos, apaixonado por cafés, seriados e filmes, mas amo cervejas e novelas se houver um bom motivo pra isso. Além de escrever em meu blog pessoal e por aqui, escrevo também no blog da Isabela Freitas, sou colunista do Superela e lancei o meu primeiro livro em Novembro de 2014 pela Editora Penalux. .