Quem é você? Quando alguém nos faz essa pergunta, geralmente respondemos dizendo nosso nome, idade, profissão, onde moramos e duas ou três coisas que gostamos de fazer. Mas é realmente isso o que há de mais importante em nossa própria definição? Todos nós somos, por dentro, muito mais do que esta descrição básica e temos muitas outras características e preferências além destas. A questão é que não é fácil falar sobre elas, principalmente porque sabemos muito pouco sobre nós mesmos. Vivemos tão concentrados no mundo exterior que raramente fazemos uma pausa para olharmos exclusivamente para dentro de nós.

Conhecer a si mesmo traz uma infinidade de benefícios: aumenta o autocontrole, te torna mais seguro, mostra que pontos você precisa mudar ou reforçar, faz você enxergar a si mesmo e o que acontece à sua volta com mais clareza e saber perfeitamente o que quer e o que não quer. Resultado: você se torna mais forte e consciente e passa a respeitar suas vontades e buscar mais daquilo que te faz feliz, pois sabe o caminho e compreende muito bem suas próprias necessidades.

autoconhecimento

O autoconhecimento é um processo que nunca tem fim. Você sempre terá o que aprender sobre si mesmo, até porque todos nós mudamos muitas vezes durante a vida e estas mudanças trazem novos questionamentos, sentimentos e comportamentos. Às vezes elas nos mudam completamente e precisamos recomeçar a nos entender desde o início. Se você quiser impulsionar este processo e entender um pouco mais sobre quem é agora, pode começar fazendo alguns exercícios de análise, visualização e observação:

– Faça listas

Colocar assuntos em tópicos deixa-os mais organizados e fáceis de entender. Você pode fazer inúmeras listas sobre você e sua vida. Comece listando suas qualidades e defeitos, sendo totalmente sincero sobre você mesmo. Depois pode escolher cinco, dez, ou quantos preferir, momentos que marcaram a sua vida. Faça também uma lista de coisas que você ama fazer. Liste suas maiores prioridades na vida, seus sonhos atuais e os que já teve (e separe-os em listas de quais realizou e quais não). Outras duas listas interessantes de fazer são as de coisas que todo mundo gosta e você não e coisas que ninguém gosta e você sim. Pensar nisto é ótimo para descobrir quais são os seus diferenciais. Só o exercício de criar estas listas já é uma excelente maneira de te conduzir a uma profunda reflexão sobre você mesmo.

– Descubra o que você realmente gosta de fazer

Esqueça sua profissão, as obrigações do dia a dia e os estudos. Pense no que você verdadeiramente adora fazer, o que te diverte e que te deixa animado, relaxado e feliz. Você adora animais? Gosta de cantar? Dançar? Jogar video game? Assistir a filmes de fantasia, cuidar da decoração da casa, praticar jardinagem, fotografar? Gosta de passar o tempo na praia, no shopping, no parque, em casa? Ama comer, viajar, dirigir, andar de skate, jogar vôlei, ler, escrever, ir ao teatro, brincar com crianças, cozinhar, fazer piadas? Anote tudo – tudo mesmo – que você gosta de fazer, sem se preocupar se considera estas coisas importantes ou não. Talvez você descubra que está fazendo pouco daquilo que gosta, ou que anda fazendo escolhas erradas e indo contra o que te faz verdadeiramente feliz.

– Questione-se e analise as respostas

Aqui no blog tem um post com 50 perguntas para fazer a si mesmo, com várias questões bastante reflexivas. Você pode se basear nele ou começar com algumas perguntas simples, como: o que eu vejo quando me olho no espelho? O que eu mais gosto em mim? E o que menos gosto? Quais são os sentimentos mais frequentes na minha vida? O que me motiva? O que me desmotiva? O mais importante é que, além de respondê-las, você pense sobre suas respostas e reflita sobre o que elas indicam a respeito de você. Faça este exercício com calma e, a cada resposta, antes de passar para a próxima pergunta, analise o que você respondeu e tente entender algo sobre si mesmo.

– Faça uma linha do tempo

Para este exercício o ideal é fazer anotações no papel, porque você dificilmente conseguirá se lembrar de tudo na mesma hora e vai precisar acrescentar conforme as lembranças surgirem. Desenhe uma linha e coloque nela todas as coisas marcantes que aconteceram na sua vida, tanto as boas como as ruins, desde a infância até hoje. Marque os anos em que aconteceram e vá fazendo na ordem. Caso não se lembre, coloque mais ou menos entre os anos que você imagina que elas ocorreram. Anote tudo que você considerar importante: sua formatura do ginásio, do colegial e da faculdade, as festas que foi, quando começou e terminou um relacionamento, perdeu alguém próximo, viajou, trocou de emprego, mudou radicalmente o visual etc. Quando sua linha do tempo tiver um bom número de anotações, olhe cada um dos fatos e pense em como eles te afetaram e qual a ligação de cada um com quem você é e com a sua personalidade. Você vai se surpreender ao perceber que tudo o que é hoje está relacionado a momentos que viveu no passado. Por mais que não possa mudar o que já passou, ter consciência de como suas experiências definiram quem você se tornou é uma forma de obter um alto grau de autoconhecimento e entendimento sobre si próprio.

– Analise suas atitudes diante de cada tipo de situação

Como você reage quando alguém da sua família faz algo que você desaprova? E quando alguém no seu trabalho faz isso? Como você costuma se sentir quando está enfrentando um grande problema? E diante de uma injustiça? Se conseguir analisar seu comportamento em vários tipos de situação, vai perceber que em determinados momentos você reage quase sempre da mesma forma. Examinando tudo, descobrirá em que situações consegue se manter mais forte e quais te deixam mais fragilizado, e também irá enxergar quais comportamentos seus você desaprova e gostaria de mudar. Não é uma tarefa fácil, mas conhecer suas atitudes mais comuns é o primeiro passo para entender profundamente o seu comportamento.

– Faça comparações

O que é mais importante para você, ganhar dinheiro ou fazer o que gosta? Em que horário do dia se sente mais animado, de manhã, de tarde ou de noite? Prefere praia, campo ou cidade? Passear no shopping ou no parque? Balada ou cinema? Luxo ou simplicidade? Observe sua rotina e as escolhas que você faz no dia a dia e tente sempre fazer comparações entre as opções que você tem. Para o exercício funcionar, você precisa ser realmente sincero nas respostas. Esqueça o conceito de certo ou errado e o politicamente correto e responda às comparações com aquilo que realmente faz você se sentir melhor.

– Preste atenção em seus pensamentos

Este exercício tem o objetivo de analisar se você pensa mais positiva ou negativamente. Sempre que estiver perdido em pensamentos aleatórios e se lembrar de fazê-lo, pare e reflita sobre a energia do que estava pensando. Era sobre algo bom ou ruim? Como você estava se sentindo ao pensar sobre isso? No início é difícil se lembrar, mas aos poucos você se acostuma a ser um observador da própria mente e vai conseguir, cada vez mais facilmente, observar, controlar e direcionar seus pensamentos.

– Preste atenção à sua linguagem corporal

Nosso corpo dá vários sinais de como estamos nos sentindo em diversas situações. Muitas vezes, inclusive, ele nos trai, denunciando sentimentos que gostaríamos de esconder quando, na verdade, estamos demonstrando-os sem perceber. Quando se está interessado em alguém, por exemplo, os pés automaticamente se viram em direção à pessoa. Se você está em pé e cruza as pernas, isto indica desconforto ou tensão. Ao contar uma mentira, alguns gestos podem te denunciar: você pisca os olhos mais vezes, leva a mão à boca e a voz muda. Estes são alguns exemplos, mas existem muitos outros sinais que o nosso corpo dá e que dizem muito sobre nós mesmos.