Muitas pessoas questionam qual seria o maior vilão da saúde cerebral. Portanto, um novo estudo revelou que um hábito ainda mais comum, e que milhões de pessoas praticam todos os dias, como um verdadeiro risco à memória e ao funcionamento do cérebro.

A pesquisa foi conduzida por cientistas da Vanderbilt University Medical Center e trouxe um alerta preocupante: ficar sentado por muitas horas ao dia pode estar encolhendo seu cérebro — mesmo que você se exercite regularmente.

Ficar sentado por longos períodos pode afetar diretamente sua cognição

De acordo com o estudo, os adultos passam cerca de mais de 10 horas sentados por dia, seja no trabalho, assistindo TV ou dirigindo. Essa rotina sedentária, embora pareça inofensiva, está sendo associada a problemas de memória, redução do volume cerebral e risco elevado de desenvolver doenças como o Alzheimer.

Os participantes da pesquisa, todos com mais de 50 anos e sem diagnóstico de demência, passaram por exames de ressonância magnética cerebral, testes de memória e usaram dispositivos para monitorar seus níveis de atividade física ao longo dos dias.

Exercício físico diário não é suficiente para compensar os danos

Um dos pontos mais surpreendentes do estudo é que mesmo pessoas que praticavam atividade física moderada regularmente continuaram apresentando efeitos negativos no cérebro quando passavam muitas horas sentadas.

Ou seja: se você vai à academia uma hora por dia, mas passa o resto do tempo sentado, seu cérebro ainda está em risco.

“Reduzir o tempo que passamos sentados, mesmo para quem já se exercita, pode diminuir significativamente a chance de desenvolver Alzheimer”, explica a pesquisadora Marissa Gogniat, doutora em neurologia.

Quais áreas do cérebro são mais afetadas pelo sedentarismo?

Os resultados apontam para um encolhimento da região do hipocampo, estrutura crucial para memória e aprendizado. Além disso, os participantes mais sedentários apresentaram menor velocidade de processamento cerebral e dificuldade com tarefas de linguagem e reconhecimento de palavras.

Outro dado alarmante: o comportamento sedentário foi ligado a alterações estruturais no cérebro semelhantes às observadas em fases iniciais do Alzheimer.

Estudos anteriores reforçam a gravidade do problema

Pesquisas anteriores, como uma publicada na revista PLOS One, já haviam associado o tempo prolongado sentado ao afinamento do lobo temporal medial — uma das primeiras áreas afetadas pela demência.

Ou seja, a ciência está começando a enxergar o sedentarismo não só como um fator de risco para doenças como obesidade ou diabetes, mas também como um gatilho silencioso de deterioração cognitiva.

O que fazer para proteger seu cérebro?

Se você trabalha em frente ao computador ou passa muito tempo em atividades sedentárias, adotar mudanças simples pode ajudar:

  • Levante-se a cada 30-60 minutos e dê uma breve caminhada;
  • Use uma mesa de trabalho ajustável para alternar entre ficar sentado e em pé;
  • Pratique microexercícios ao longo do dia, como alongamentos ou subir escadas;
  • Reduza o tempo sentado durante lazer, como ao assistir TV.

Dessa forma, pequenos ajustes na sua rotina podem fazer uma enorme diferença a longo prazo.

Mexa-se. Seu cérebro agradece.

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