Há muito venho percebendo o quão assustador parece às pessoas a possibilidade de estarem sozinhas, ainda que por um curto período de tempo.

Por um lado esse medo é compreensível, dado o fato de que vivemos num mundo dominado pela tecnologia e por toda a obrigação de felicidade e realização que ela trás; entretanto o outro lado da moeda é bem diferente.

Estar sozinho, sem ter alguém para tirar um milhão de fotos e publicá-las na internet mostrando ao mundo como é bom encontrar o amor da sua vida pode não ser assim tão desastroso.

A solidão vem acompanhada do silêncio, do autoconhecimento e resiliência, peças fundamentais no nosso processo de crescimento.

Vejo tanta gente se jogando de corpo e alma em relacionamentos vazios, abusivos e falsos por medo de chegar em casa e encontrar a si mesmo refletido em cada silêncio que se esconde entre os cômodos e que proporciona uma autorreflexão muitas vezes dolorosa.

Gente que entra e sai de relacionamentos de uma ou duas semanas lamentando-se porque achavam que dessa vez haviam encontrado o amor de suas vidas, sentindo-se um fracasso por não ter ninguém para chamar de namorado/a na frente dos amigos, afundando-se em desespero para conseguir outro alguém antes que se veja obrigado a mudar o status de relacionamento no Facebook.

Como me entristece ver o quão vazias estão essas pessoas que buscam freneticamente encontrarem-se em outro alguém; tentam com todas as suas forças encontrar suas felicidades em um outro corpo, quando tudo o que precisamos nessa vida está dentro de nós mesmos. E pior que isso, aceitam abusos de todas as formas só para não ter que se ver sozinhas novamente.

O preço a pagar pela solidão é muito mais baixo que aquele que se paga por um relacionamento de aparências e comodismos, mas conseguir olhar-se de dentro para fora, enxergando seus defeitos e qualidades ainda é muito sofrido e pode parecer muito pior do que ter uma sombra ao seu lado.

É lamentável ver para onde as pessoas estão caminhando cada vez mais rápido por isso, porém sempre vai haver um atalho ou quem sabe um sorriso apontando para uma direção desconhecia, mas não tão tenebrosa quanto a sua ideia.








Brasileira de nascimento, japonesa de antepassados e criação. Descobri que escrever é um pedaço da minha alma assim que fui alfabetizada. Nasci para cuidar de almas feridas e dividir os pesos da vida com aqueles que me encontram no meio do caminho. Entre idas, vindas, um amor e uma canção, cartas são escritas e espalhadas por aí como sementes para florescer.Nas redes sociais: @carolmisokane