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Estamos vivendo tempos onde ser triste é normal.

Estamos vivendo tempos onde ser triste é normal. É triste constatar que vivemos dias de culto ao efêmero.

Tudo passa. Hoje, esse pensamento é considerado mera utopia dos idealistas. O pensador, o escritor, o poeta, e seus derivados, são seres a caminho da extinção, como a fauna e a flora, que degradamos vorazmente todos os dias em prol da manutenção de nosso esplêndido estilo de vida urbano.

Vivemos noutros tempos. As músicas e brincadeiras de roda foram substituídos pelos aplicativos, games e passatempos virtuais no tablet e no celular. A literatura e a poesia, pelas imagens sensuais de fotos e vídeos. A profundidade, pelo superficial e imediato.

Até mesmo os filhos, que antes, eram os frutos do amor, hoje, parecem ser, para alguns, mera sobra do se#o. Triste constatar que vivemos dias de culto ao efêmero.

Milhares de pessoas têm feito loucuras para perpetuar o efêmero: tudo pela selfie perfeita, pelos likes, pela popularidade, pelos followers: tudo para aparecer.

Queremos perpetuar momentos que às vezes não duraram ou queremos passar a imagem de que nossas vidas são perfeitas a cada clique.

As pessoas de nossa época às vezes gastam mais tempo fotografando seus pratos de comida do que degustando, mais tempo fazendo poses do que vivendo o momento. O que restará disso tudo?

O pós modernismo nos atingiu, e assim, quase totalmente imersos na antítese, em vez de procurarmos ser melhores, parece que estamos evitando ser melhores.

Talvez por medo de novas decepções, de exercer a humanidade, de ser desvelado, invadido, ou por preguiça mesmo (quem sabe)… Muitos, acabam optando pelo individualismo e a unanimidade pragmática burra. Assim, estamos perdendo a nossa identidade, o nosso desenho pessoal, porque perdemos o senso da verdadeira auto-imagem.

Estamos vivendo tempos onde ser triste é normal. No desconstrutivismo, na desconstrução, na negação. Ai negamos tanto e quebramos tanto que agora, quase nada ficou de pé.

Efêmera como a noite é a vida, e desapercebida ela voa, e tal como ave perdida, parece não saber onde pousar.

Mas ninguém tem tempo pra reparar nisso, não é?!? Estamos tão ocupados ultimamente. Além das preocupações de todo cidadão como, pagar uma conta ou comprar o mantimento, ainda arrumamos snaps, tweets, zap zaps…

Nunca fomos tão conectados, tão ocupados, mas tão vazios de significado e relevância. Mesmo triste, queremos que pensem que estamos felizes.

Não sou hipócrita em afirmar que seria melhor viver sem toda essa tecnologia, mas também não sou cínico de dizer que o modo como temos convivido com todo este aparato, está longe de estar nos ajudando.

Parece, a grosso modo, que a espiritualidade, a filosofia, a literatura, as artes, a música estão definhando, pálidas e distantes do coração.

Por falar em coração, acabo de receber mais um like no Instagram…

Tempos estranhos esse onde estamos todos conectados ao efêmero e desconectados do essencial, do que realmente importa, de tudo o que faz a vida ter sentido: o amor.

*DA REDAÇÃO RH. Texto de Hebert Neri. Foto de Callum Blacoe na Unsplash.

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Hebert Neri

Hebert Neri é jornalista, escritor, correspondente internacional e produtor musical. Atualmente vive em Portugal onde comanda o programa de rádio Neri Talks. Autor de 6 livros, Neri também é compositor de mais de 150 trilhas sonoras para rádio, cinema e TV.

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