Percebi que fiquei infinitamente mais feliz na minha vida quando aprendi a responsabilizar-me pelos fatos, ao mesmo tempo que notei que no ambiente do consultório, as pessoas que eu tinha mais dificuldade de ajudar, de ver crescimento, eram exatamente as pessoas que tinha o hábito de responsabilizar os outros pelos seus erros, escolhas, derrotas.

Essas eram as pessoas que às vezes me desanimavam, pois parecia que o processo terapêutico não caminhava, simplesmente chegava a um ponto e estacionava, pois era exatamente o momento de olhar para si e finalmente responsabilizar-se pelo que vinha ocorrendo até o momento em suas vidas.

Responsabilidade = Responder com habilidade, habilidade para responder.

Essa responsabilidade que estou dizendo, nada tem a ver com pagar contas na data certa, cumprir suas tarefas, chegar pontualmente nos compromissos. Estou falando de uma responsabilidade pelas nossas escolhas, mesmo quando achamos que as escolhas não são tão nossas assim.

Então, antes de falarmos em responsabilidade, vamos falar de escolhas:

1. Eu escolho casar, abro mão da vida de solteiro (a).
2. Eu escolho ficar solteiro, eu abro mão de construir uma vida com alguém, ter uma família.
3. Eu escolho ser autônomo, eu abro mão de uma “segurança” que teria em uma empresa e de seus benefícios.
4. Eu escolho trabalhar em uma empresa, eu abro mão de ter mais autonomia e liberdade em minha vida.

Não estou aqui para dizer qual destas escolhas é melhor ou pior, mesmo porque cada um sabe da sua vida (ou deveria saber), e sim para mostrar que eu escolho alguma coisa, renuncio outra, automaticamente. E quando digo automaticamente, é automaticamente mesmo, pois por vezes nem percebemos essa renúncia, e aí é um passo para um dia jogar na cara do outro a renúncia que fizemos, pois a sensação é de que o outro que fez a gente perder alguma coisa.

É muito importante termos consciência de nossas escolhas, mas talvez mais importante ainda, é termos consciência de nossas renúncias. Só sabendo do que estamos renunciando podemos ter plena consciência do que estamos escolhendo. E só assim podemos responsabilizarmos plenamente pelas nossas vidas.

Se tivermos essa consciência, quando formos reclamar de algo, devemos parar e pensar se escolhemos a situação pela qual reclamaremos. Se sim, reclamamos para quem? Para quê?

A resposta é: Para mim mesmo, que sou a única pessoa que pode resolver. Isso faz com que aos poucos, percebamos que escolhas e mudanças que devem ser feitas por más escolhas no passado, são absolutamente nossas e ninguém nunca deve ser responsabilizado por isso, nem aquele seu chefe que te trata mal, porque no fim a escolha de estar naquele emprego também é sua.

E antes que alguém pense: Ah, mas eu preciso trabalhar para pagar as contas, não posso pedir demissão, leia novamente o texto e reflita sobre escolha e responsabilizar-se. Os outros só fazem conosco, o que permitimos que façam!!








Adriana Cardoso Biem - autora Psicóloga Clínica, especialista em Gestalt-Terapia CRP 06/80681 Formada pela Universidade São Marcos, especialista pelo Instituto Sedes Sapientiae Atende em Alphaville (Barueri/SP) e Granja Viana (Cotia/SP) Contatos: [email protected] www.facebook.com/adrianabiempsicologa @adrianabiempsi (Instagram) www.adrianabiempsicologa.com.br