Nossas escolhas nem sempre virão com acertos, pois somos intuitivos e não adivinhos. Somos arriscadores e não parasitas.

Não existe pena de morte, para quem erra.

Errar nem é defeito, é quase uma necessidade imprescindível – e humana – para que possamos melhorar.

Não desvaneça, diante de um problema que parece ser gigante. Lembre-se de que Davi, para enfrentar Golias, levou no alforge cinco pedrinhas de bodoque. Se soubesse que acertaria, na primeira estilingada, teria levado apenas uma.

Mas, não sabia.

Tão pouco sabemos nós.

Abasteça seu alforge com cinquenta ou quinhentas pedrinhas, e insista. Ainda que os ventos do negativismo assoprem aos seus ouvidos as palavras das impossibilidades, não deixe de tentar acertar.

Se somos saudáveis, estaremos submetidos à ação da vontade de nossos órgãos, e espírito.

Se somos saudáveis, portaremos as ferramentas certas para sonhar, e atravessar.

É isso.

As mazelas intensificam-se, os rios da justiça secam, e continuaremos a tomar o suco verde, triturado pelas palavras de esperança.

Sempre foi assim, e nada mudará.

E, diante do que parece perdido, dos caos que aconteceram, e acontecerão, não deixaremos de nutrir o sonho de um mundo melhor. Não deixaremos de ser melhor.

É tudo que somos, e temos: atravessadores do presente.

É tudo que podemos: ser presença, no presente.

Não fique sentado, sendo espectador de seu próprio fim. Enquanto há fôlego, sacuda o pó e a ferrugem.

Mexa no motor. Mexa no cabeçote. Calibre as rodas, e parta com a lataria limpa, e luzidia!

Aproveite cada palmo de sua estrada, enquanto pode, pois nossa trajetória tem a velocidade de uma estrela cadente.

Uma trajetória de brilho rápido que, em alguns segundos… PLOFT! Desaparecerá! Não brilhará mais!

Busquemos ser iguais a ela: no brilho. Pois fugazes já somos.

Mari Marques