Enquanto houver relações rasas, meu mergulho é solo! Não há nada mais desbravador que eu mesma em contato com meu oceano.
Não é raro, o mundo está cheio de gente rasa. Pessoas que não se jogam na oportunidade, no amor, na relação! Não tem maturidade para viver romances, enchem-se de superficialidades e coisas supérfluas numa rota de escape de si!

Sim! Porque não há nada que o leve mais para dentro de si do que uma relação onde há potencial de amor, onde o ser se coloca na vulnerabilidade e tem oportunidade para abrir o coração. Envolver-se. Permitir-se ser amado e amar de forma não arrogante e egóica.

Parece que há um esquivo do mergulho profundo de uma relação a dois que permite o expandir a consciência, o desbravar do ser.
Uma relação de dois inteiros se permite a vulnerabilidade, o contato sincero, a entrega franca e o diálogo onde as peças vão se encaixando os erros encontrando os acertos e as curvas se contornando sem desgaste emocional e dramas.

Dois seres que se amam de verdade e querem estar juntos não abrem mão de um bom diálogo, da necessidade física de querer estar sempre perto e fazer a coisa dar certo.
Quando há insistência no querer dar certo e apenas um faz o movimento é porque o tempo se esgotou, e ali já não deu mais.
É importante perceber quando a vontade de funcionar parte apenas de um. Às vezes, o outro até diz que ama, que se sente bem na companhia, mas não faz o movimento necessário para que funcione, na luz da verdade.

É que quando se tem a chance do viver de verdade, muitos fogem da responsabilidade do amor, que não é nada mais que um reencontro consigo mesmo.

É como o despertar da consciência! Sabe-se que um dia irá acontecer, uma transformação pessoal, mas se houvesse uma batida na porta e um aviso: “Olá, sou a luz da consciência, vim aqui para expandi-lo, sua vida vai mudar a partir de agora”! A resposta seria: “Oh, oh! E agora”? Eu não avisei a família, nem aos meus rolos por baixo do pano, nem me preparei para deixar meus hábitos delituosos e nefastos… não posso agora!”

O amor é como esta luz! Ele abre os campos, expande o ser, ilumina cantos escuros, traz luz às sombras e permite um novo florescer. Mas há seres tão identificados com a escuridão, que qualquer oportunidade de se expandir no amor parece ser uma grande ameaça!
E nesse caso, não há nada que se possa fazer…

É, está cheio de gente rasa. Gente com medo do florescer, de viver as verdades. Estão na fuga da luz do amor, vivendo de “superfluidades” – a palavra que acabei de criar para o supérfluo com superficialidade. É assim que as coisas vão indo até que um dia acontece um amor revelador, pronto para ser despertador que vai fazer você surfar no infinito das possibilidades.
Enquanto houver gente rasa, meu mergulho é solo, profundo e nu. Não há nada mais desbravador que eu mesma em contato com meu oceano.








É jornalista, atriz e tem a comunicação como aliada. Escritora por natureza, tem mania de preencher folhas brancas com textos contagiados por suas inspirações.