Sentir o que vem do outro, é entregar-se ou blindar-se a energias que atraem ou repelem…

“Em si, a vida é neutra. Nós a fazemos bela, nós a fazemos feia; a vida é a energia que trazemos a ela”, Osho.

Talvez seja a maturidade, o coração mais sereno, a alma mais leve, que me permitam enxergar o que outrora me cegava. Não sei ao certo. Quem sabe, eu apenas sinta, bem lá no meu íntimo, não conseguindo traduzir em palavras. Mas, hoje vejo com mais claridade, a energia das pessoas. Na verdade, eu a sinto.

Não que isso ocorra claramente, como quem senta na areia da praia e fica contemplando o sol, na linha do mar, sumir gradativamente para que seja a vez da lua assumir seu papel e brilhar. Não é uma constatação consciente. É algo efêmero, transitório, um sentimento de curta duração. Porém, durável o suficiente, para que eu me entregue ou me blinde, para que eu me abra ou me feche.

Tem pessoas que só de chegar, já irradiam uma luz que pode ser quase que palpável. Tiram de nós, com toda facilidade, um sorriso do rosto. Ao nos abraçar, passam um calor mágico, despertam a vontade que aquele contato físico não termine tão cedo, para que possamos ficar alguns segundos a mais aconchegados naquele encaixe tranquilizador.

São como se fossem o banho refrescante num dia de calor. Leves como algodão doce. Fortes como rochas. Ternas, como só as almas puras conseguem ser. São pessoas que tocam, gentilmente, aos outros. Por dentro e por fora. Verdadeiras exemplificações de energias do bem.

Outras, são como “vampiros”, quando se aproximam, nos sugam. E elas não agem por mal, na maioria das vezes. Não tem consciência alguma do dano que causam ao outro e a si. São pessoas cinzas, que vivem envoltas em seus próprios problemas e lamentos. Ferem, por estarem feridas. Não enxergam a dor e as angústias alheias.

O riso é forçado, o semblante é serrado, o coração notoriamente amargurado. O ambiente onde se encontram, fica pesado, carregado. É como se ao redor delas estivesse uma nuvem tóxica, reflexo de emoções e pensamentos desequilibrados. Os elogios são falsos, as críticas constantes, o rancor gritante.

E em nosso dia a dia, nos confrontamos com todos os tipos de pessoas e, consequentemente, com as mais distintas energias. Cabe a nós e só a nós, não nos deixarmos dominar pela negatividade que nos envolve.

Assim como não podemos determinar como alguém se portará e destinará a nós sua carga, não podemos aceitar sermos contagiados, comprometendo assim o nosso equilíbrio. O segredo, quem sabe, seja permitirmo-nos viver nossas próprias verdades, fechando nossos corpos e mentes para aquilo que não nos cabe e nos faz mal.

“Se alguém lhe bloquear a porta, não gaste energia com o confronto, procure as janelas. Lembre-se da sabedoria da água: a água nunca discute com seus obstáculos, mas os contorna. Quando alguém o ofender ou frustrar, você é a água e a pessoa que o feriu é o obstáculo! Contorne-o sem discutir. Aprenda a amar sem esperar muito dos outros”, Augusto Cury.








Jornalista, balzaquiana, apaixonada pela escrita e por histórias. Alguém que acredita que escrever é verbalizar o que alma sente e que toda personagem é digna de ter sua experiência relatada e compartilhada. Uma alma que procura sua eterna construção. Uma mulher em constante formação. Uma sonhadora nata. Uma escritora que busca transcrever o que fica nas entrelinhas e que vibra quando consegue lançar no papel muito mais que ideias, mas sim, essências e verdades. Um DNA composto por papel e tinta.