Por: Cleonio Dourado

Um dia alguém disse algo que doeu muito. Machucou seu ego. Transformou-a em algo tão pequeno que ela sentia vontade de sumir. E, assim, perdeu toda a confiança que tinha em si mesma.

Se achava bonita, glamourosa, sem falhas, completa. Acreditava que era perfeita para aquela pessoa que um dia se entregara.

E ele fez tudo errado. Pegou algo inteiro e deixou tudo quebrado.

Desnudou-lhe em frente a um espelho que ela nunca havia reparado. Expôs uma imagem que ela nunca pensou existir. Rasgou seu coração. Destruiu seu próprio amar. Roubou lhe o sorrir.

– Essa pessoa sou eu?

Pensava, ao contemplar um reflexo que não acreditava ser ela. Essas duas mulheres não são nada parecidas. Uma que acreditava ser, outra que alguém dizia que era. E era ambas, separadas por um corte profundo na autoestima.

Presa em um muro de medos que escurecia sua bela formosura, estava cheia de altos e baixos. Era feia, era bela, sem perceber que os dois julgamentos, ao mesmo tempo, só cabiam a ela.

E se prendia lá embaixo.

E se sentia pequeninha, frente ao mulherão que era.

Todo aquele amor-próprio de outrora, toda aquela confiança que tinha, desapareceu. Por conta de palavras que ouviu e que deu o peso de uma verdade que não existia.

Mas, e se não deixássemos que esses momentos chegassem?

E se fôssemos mais fortes que isso?

E se não déssemos ouvidos às línguas que como facas nos perfuram a alma?

E se não nos importássemos tanto com esse exterior que os outros tanto falam?

Os que realmente se importam com aparências, não conseguem ver beleza além daquilo que seus dedos podem tocar.

Ela se vê no espelho e visualiza o seu semblante real, físico, psicológico e espiritual. Ela sabe que nenhuma maquiagem muda rostos pela parte de dentro. É tudo sobre sentimentos.

Ela, que é a mulher mais linda do mundo, sabe que precisa visualizar mudanças. Deixar o mulherão de outrora livre, para viver e se amar. Nada que alguém diga, pode lhe atingir mais.

Ela sabe que é demais.

Hoje ela se recria, é poesia esculpida em versos de autoaceitação, amor-próprio e autoestima.

Nunca pequeninha.
Nunca pra baixo!
Sempre pra cima!

Sexta é dia da volta por cima minhas amigas!

Avante!