O sofrimento é uma oportunidade que temos para transformar tudo. Eu sei, no auge da dor parece que não, mas depois podemos perceber coisas que não havíamos visto antes.

A tristeza serve para que possamos mudar o que temos de nem tão bom, aperfeiçoar nossos pontos fortes e tornar tudo mais fácil no dia, mês ou ano seguinte.

O sofrimento é necessário, muito mais do que podemos imaginar. Sei que a ferida aberta nos causa uma cegueira emocional de assustar, mas isso também faz parte do processo. É aquele clarão que nos faz fechar os olhos, sabe? Mas que nos traz um alívio imediato quando vai embora.

Na vida, e em todos as viagens dela, somos obrigados a aprender tanto no amor quanto na dor. Quem decide isso é a vida e a forma como tratamos nosso coração. Quando maduros, cientes de que só recebemos aquilo que permitimos, mudamos nosso comportamento e conseguimos escolher melhor nossos caminhos e quem queremos que assuma o percurso conosco.

Caso contrário, ainda aprenderemos na dor. Sem desespero, pois também faz parte do processo todo, é importante e nos dá maturidade, resiliência e até nos faz mais bonitos depois da tempestade. Acontece que a vida é uma estrada cheia de surpresas, de ilusões, de pessoas más e de presentes que recebemos do universo.

Porém, repito, só nos tiram a paz aqueles que damos liberdade para isso. Só nos empurram do nosso equilíbrio quem deixamos livres para isso. Só tropeçamos quando deixamos que nos empurrem.

Os sinais estão sempre ao nosso redor e as decisões mais certas nem sempre são aquelas que (aparentemente) nos deixarão felizes.

A consciência disso é outro processo longo e decisivo. Quando muito apanhamos, muito permitimos. Quanto menos apanharmos daqui para frente, mais prontos estamos para enfrentar os desafios do mundo. Não é que seja uma questão de escolha sobre aquilo que nos vai acontecer, nem sempre podemos prever ou nem sempre a ilusão nos deixa de olhos abertos para prevenir.

Acontece que se, às vezes, não podemos escolher os fatos que nos acontecem, podemos decidir o que faremos com eles, não? Parece-me mais simples hoje do que ontem: fato e significado. Não mudo o fato sempre que quero, pois isso pode depender de outra coisa, de outro momento, de outra pessoa. Porém, olha só, eu escolho o que fazer com o resultado disso.

Se o cara me machucou, ele me machucou, isso é um fato. (Sim, ele me machucou porque eu deixei, mas essa é uma consciência mais complexa, muito longe ainda do que enxergamos). O significado que dei ao fato do cara ter me machucado é o que vai fazer a diferença.

Posso dar importância para ele, posso levar o ressentimento comigo pela vida toda e carregar a energia negativa que o rancor emana. Ou, sei lá, posso decidir que esse cara fez isso porque não entende nada de nada de nada e dar outro significado para esse fato.

Decido que ele não importa tanto assim e que para me derrubar, meu amigo, é quase impossível, ainda que não seja. Foi o significado que dei. Isso quer dizer que não vai doer? Não, quer dizer que vai, mas que estarei mais perto do real entendimento da vida: sou responsável pelos meus atos e não pelas maldades dos outros. E é só isso.

Cada um no seu tempo, claro! O que não podemos é passar sem aprendizado por esse caminho tortuoso. Talvez, só talvez, você ainda não saiba o que deseja de verdade.

Porém, com certeza, absoluta certeza, saberá aquilo que não quer de jeito nenhum. E isso pode ser o mais importante para estar feliz.








Não nasci poeta, nasci amor e, por ser assim, virei poeta. Gosto quando alguém se apropria do meu texto como se fosse seu. É como se um pedaço que é meu por direito coubesse perfeitamente no outro. Divido e compartilho sem economia. Não estou muito preocupada com meus créditos, eu quero saber mesmo é do que me arrepia. Eu só quero saber o que realmente importa: toquei alguém? É isso que eu vim fazer no mundo.