Depois de tanto tempo, você ainda continua bloqueado nas minhas redes sociais. Preciso dizer que tudo está superado, nada mais dói. Você não me incomoda mais e deixou de ser aquela dor no canto do peito, sabe? Passou a ser alguém que não conheço direito mais. É estranho dizer que não te conheço, mesmo depois de tanto tempo que passamos juntos. Mesmo depois de ouvir você contar sobres os seus segredos e sobre as suas frustrações. Mesmo depois de saber qual a sua cor preferida, a banda que você sempre sonhou em assistir ao show mas ela nunca veio pra sua cidade, o lado da cama que você preferia dormir, os sonhos que você planejava em realizar nos próximos anos.

Eu não sei se muita coisa mudou, se os seus planos são os mesmos, se sua comida preferida ainda continua sendo lasanha ou se o tempo te fez amadurecer para o amor. Não me interessa saber, e você só continua bloqueado porque das vezes que tentei ser só seu amigo, você se aproximava perguntando sobre a minha vida, questionando sobre a minha liberdade e tentando saber se eu estava melhor sem você. Depois de tudo, você nunca pensou em amizade, o que você queria mesmo era me manter por perto, saber os meus passos e se possível, tentar desviar o meu caminho. E por isso você continua bloqueado.

Você continua bloqueado porque eu não quero ver as suas notificações, não me interessa saber da sua vida, não quero ouvir você dizer que encontrou alguém e que está feliz. De verdade, eu torço por você. O que mais quero é que você siga o seu caminho, consiga realizar os seus sonhos sozinho, e que esteja ao lado de alguém que te faça se sentir grande, não pequeno como me sentia ao teu lado. Por isso você continua bloqueado, porque não precisa você tentar puxar um assunto dizendo o quanto está feliz sem mim, tentando fazer com que eu pense que perdi muita coisa ao te deixar ir embora. Você não precisa fazer isso, sério.

Encontrei um novo significado para o amor depois de você, e nada tem a ver com aquele sentimento barato e confuso que você dizia sentir por mim. Esbarrei no amor próprio e ele me fez entender que, mais vale caminhar sozinho e se sentir bem, que estar ao lado de alguém pensando em outra pessoa. E eu estou seguindo, cara. De cabeça erguida e coração leve porque não precisei usar ninguém pra tapar os seus buracos. Aquele medo de mergulhar no mundo, eu perdi. Aquela sensação vazio que ficou, logo deu espaço para a imensidão que sou. A intensidade que pensei que você tinha me roubado, encontrei. E me embrigado dela todos os dias da minha vida.

Você continua bloqueado porque não vejo motivos pra desbloquear. E acho que é melhor manter as coisas assim. Não existe nada de você por aqui, não existe sentimento algum. Nem bom, nem ruim. É uma coisa indiferente que tomou o lugar da saudade. Deixei de gostar de você, passei a gostar de mim. E é por isso que você continua bloqueado.








Sou recifense, 24 anos, apaixonado por cafés, seriados e filmes, mas amo cervejas e novelas se houver um bom motivo pra isso. Além de escrever em meu blog pessoal e por aqui, escrevo também no blog da Isabela Freitas, sou colunista do Superela e lancei o meu primeiro livro em Novembro de 2014 pela Editora Penalux. .