Quando queremos controlar o outro em um relacionamento, o amor perde sua leveza e espontaneidade, e em seu lugar, instala-se o poder, e com ele, a rigidez, a desigualdade, e uma relação de dominador-dominado se estabelece. Desapegue da necessidade de controlar a vida do outro se você não quiser se tornar uma pessoa infeliz!

Para vivermos um relacionamento feliz devemos ter em mente que o amor só cresce em terra boa.

Por isso, é preciso cultivar a terra com as melhores “sementes” e com fertilizantes isentos de “agrotóxicos”, com amor e respeito a liberdade do outro, porque em um ambiente “árido” fica muito difícil criar condições favoráveis para o amor florescer.

A pessoa controladora age como se soubesse como as coisas devem ser, como o outro deve se comportar e se sentir. Planeja todo um script de como os fatos devem se desenrolar e se frustra quando as coisas não saem de acordo com suas expectativas.

A pessoa controladora possui dificuldade em enxergar o outro como indivíduo, ignoram as vontades, gostos e preferências que sejam diferentes das suas.

Dificilmente apresenta empatia pelas necessidades do outro, e cria enormes obstáculos no momento que se faz necessário fazer concessões para que possam existir acordos que sejam bons para as duas partes dentro do relacionamento.

Em vez de negociar impõe, em vez de pedir, exige!

Ela se ressente com recusas de propostas de encontros, ou programas sugeridos, como se acreditasse que o outro vive para lhe servir.

Toma como uma ofensa pessoal a necessidade de espaço e individualidade, em vez de pensar que o outro também tem uma vida com seus próprios gostos e desejos.

O apego é tão grande que ao menor sinal de contrariedade, um sentimento de rejeição e uma maior necessidade de controle a faz perder a capacidade de raciocínio a levando a cometer atos descontrolados para se assegurar que o pedido de distância não será um sinal de adeus!

Quem possui essa necessidade de controlar tudo e todos sempre acaba invadindo o espaço do outro sem ser autorizado a isso, na verdade, a necessidade de controle vem do descontrole das próprias emoções.

Ou seja, o controlador vive em constante desajuste interno, por isso tenta aparentar que está no comando, quando na verdade, ele não consegue controlar nem a si mesmo, e precisa buscar ajuda psicológica para aprender a lidar com essas questões internas.

Devido à incapacidade de se nutrirem e abastecerem por si só, alimentam-se da energia, do afeto e do carinho do outro. Como o alimento vem de fora, precisam controlar sua fonte de suprimento afetivo, na intenção de garantir que nunca irão embora.

Quando o desajuste e o apego passam dos limites, a pessoa passa a vigiar as ações do outro, checando os e-mails, invadindo as contas de redes sociais, chegando até a seguir o alvo de suas preocupações pelas ruas, ou mandando alguém fazer isso.

Quanto mais medo de perder as pessoas ela tem, mais persegue, sufoca, controla, e não percebe que ela mesma está cavando a própria cova, fazendo com que aquele que ela quer perto, a queira longe!

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Chamamos isso de PROFECIA AUTO REALIZADORA

Chamamos de profecia auto realizadora o processo no qual uma pessoa ao acreditar na possibilidade da ocorrência de determinados eventos contribui para que de fato eles ocorram sem perceber sua participação.

Seu maior medo acaba virando realidade! O convívio fica impraticável e as pessoas se veem sem saída, e decidem se afastar!

Se você se reconhece no texto acima, darei o melhor conselho que é o grande segredo para se libertar e manter as pessoas que você ama ao seu lado: DESAPEGUE.

Veja abaixo alguns comportamentos que podem te auxiliar neste processo de desapego:

Assumir que precisa de ajuda: Você precisa assumir que as suas atitudes não estão sendo saudáveis, reconhecer seus erros, sabendo é necessário mudar e aprender a desapegar.

Invista em saúde emocional: Fazer terapia especificamente neste caso, pode ser a ferramenta mais útil para te mostrar a porta de saída para esta dificuldade. Pedir ajuda pode ser um grande ato de coragem e o início de um processo de cura. Só saberemos lidar com as emoções dos outros, quando primeiramente pudermos lidar com as nossas, um relacionamento pleno com o outro começa primeiro com um relacionamento pleno com a gente;

Cuide da auto-estima: Comece a fazer programas e desenvolver hábitos que te tragam nutrição por si só. Cultive atividades interessantes e cuide de sua saúde emocional e física. Aprenda a ficar feliz em sua própria companhia, se convide para sair e tenha encontros especiais com você mesma;

Limites: Aprenda a respeitar os seus limites assim como os limites do outro. Lembre-se que os seus direitos terminam quando começam os direitos do outro.

Aprenda a respeitar o direito do outro em dizer NÃO.

Aprender a aceitar os nãos que a vida e o outro, constantemente dizem, pode fazer milagres em sua vida!

Diálogo: Aprenda a expressar seus desejos e necessidades, é importante que você diga o que quer e o que não quer e comece a escutar o outro, exercite calar-se e respirar enquanto o outro fala, mesmo não concordando e acreditando que ele se prejudicará. Entenda que evitar o sofrimento do outro não o ajudará, cada um precisa aprender por si só, e as vezes, a dor se faz necessária para o aprendizado;

Trabalhe a sua empatia, o outro também existe: Perceba que o outro também tem sentimentos, dores e necessidades assim como você. Faça acordos, negocie e procure chegar a soluções boas para ambas as partes. No final de uma boa negociação as duas partes devem sair satisfeitas;

Aceitar o fluxo da vida: Aceite que a vida tem seu próprio fluxo e que muitos de nossos desejos e apegos, às vezes estão em discordância com os desígnios da vida. Recorra à espiritualidade se for preciso, para entender que a vida tem seus próprios caminhos e que esses estão muitas vezes fora de nosso controle. Trabalhe sua aceitação diante das mudanças, do novo e do incontrolável, você pode se surpreender ao perceber as maravilhas que a vida pode te trazer se estiver na confiança;

Auto-observação: Comece a perceber suas atitudes, intolerâncias, dificuldades e inseguranças. Comece a perceber quando estiver tentando manipular as situações e pessoas de acordo com a sua vontade. A auto-observação pode fazer milagres em um processo de mudança e também nos ajuda a perceber que sempre podemos escolher fazer diferente, se o modo como agimos nos prejudica e também as nossas relações.

Você prefere ser feliz ou ter razão?

Lembre-se que quem se dedica a passar a sua vida controlando o outro, perde o controle da própria vida.

Desapegue e retome as rédeas da sua própria vida e solte as rédeas da vida do outro, foque em você e deixe a vida seguir o seu fluxo.

Desapegue das preocupações e dos medos que te fazem ser assim, controladora.

A sabedoria da vida está muito além do que podemos enxergar e você pode se surpreender com os resultados ao se permitir fluir com a vida e ao permitir que o outro também flua!








Psicóloga clínica, terapeuta corporal, consteladora familiar e orientadora profissional. Escritora e facilitadora de workshops, palestras e grupos terapêuticos que visam auxiliar as pessoas a reconhecer e ativar sua potencia de realização e alegria de viver através da reconexão com a sua verdadeira essência, do profundo cuidado com o sentir e com o poder de expressar suas emoções mais genuínas. Desenvolve trabalhos personalizados para grupos e empresas.