Não é de hoje que faço deste lugar meu confessionário com platéia. Um lugar próprio para admitir. E começo: Estou oficialmente dentro de um romance profundo. Eu a chamo de Mel.

Eu juro que realmente tentei resistir ao sentimento de entrega, no entanto, existe inevitavelmente algo bem mais forte que nos empurra para uma relação mais séria. Há uma conexão imperiosa ao ponto de não julgar conseguir mais me ver longe dela.

Conheci alguém e estamos perdidamente apaixonados

Acabamos nos conhecendo naquelas ocasiões da vida em que o acaso é só uma questão de oportunidade. Não lembro bem, mas foi há um bom tempo atrás. Viramos noites inteiras em conversas intermináveis como quem não se importa de esticar cada milímetro de segundo.

Foi aquele amor clássico. Originado na mais pura amizade. Sempre que cruzo com ela, tenho a sensação de arrebatamento profundo. Ela ofereceu-me um pouco mais de atenção do que a maioria, dá-me voluntariamente seu colo para deitar e, por alguns minutos envolve-me com um abraço interminável.

Há nela a qualidade fundamental de deixar-me reclamar da vida sem sequer me julgar. Nem por um instante. Fica sempre parada ouvindo-me atentamente pronunciar as mais heréticas objeções à vida. Às vezes, ela mesmo é minha maior cúmplice em delatar o mundo numa meia dúzia de ofensas.

Inúmeras vezes, ela fez-me chorar, mas sempre diante do belo. Pôs-me a soluçar com suas soluções entorpecentes, me colocou diante de mim como quem aproxima uma lupa sobre a alma e aponta dizendo: “Tá vendo bem ali, ali tem uma coisinha mal resolvida que não reparou ainda. Vale a pena ver isso, não é?”

Quando me vejo totalmente neurótico, compulsivamente caótico, sua presença confortável faz-me olhar de frente. Agora, passamos da fase dos flertes intermináveis. Estamos num amor maduro. De lençóis abarrotados. De suspiros longos.

Fiquei viciado em sua companhia. Tento a encaixar em qualquer programa que faço. A levo para todos os lados. Meus amigos me alertam de que isso pode sair um pouco do controle no futuro e que talvez seja um pouco doentio, mas não me importo, simplesmente não estou nem aí, fico confortável na frente dela.

A cada filme que assistimos juntos, a cada música que dividimos a playlist, a cada peça que rimos ou choramos enquanto nos entreolhamos, eu descubro mais sobre como somos completos. No feriado passado, zeramos juntos uma série do Netflix. O tradicional amor pós-moderno. A arte e o gosto pelo primor é a nossa principal ligação.

O caso já virou sério. Foi nela que depositei toda a minha falta de significado. Ela nunca deu-me a entender que não era capaz de ser fiel, ela simplesmente me procura insistentemente nos momentos complicados e me faz pensar que a sua companhia é absoluta na minha vida.

Ela me confessou outro dia que não é o primeiro escritor que se encanta por elas. Estamos apaixonados. Perdidamente entrelaçados.

Te amarei para sempre, Melancolia.

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