Sentir culpa, carregar o fardo de uma culpa, um peso do passado, faz parte da vida de muitas e muitas delas.

Em uma sessão, uma cliente me disse que não sabia por que, nem como, mas se sentia culpada o tempo todo por cada coisa que fazia.

Parecia que, sentir-se culpada, era o seu natural, o seu normal, o seu “todo dia”.

Ela sabia que se cobrava muito, que exigia muito de si mesma e que sempre se arrependia de coisas que fazia, como se estivesse sempre se punindo e sempre errando.

Observando outras pessoas, pude perceber que sentir culpa, carregar o fardo de uma culpa, um peso do passado, faz parte da vida de muitas e muitas delas.

Daí eu pergunto: somos perfeitos? Claro que você responderá que “Não”, não somos perfeitos. Então, admitindo isso, por que é tão difícil para entendermos que cometemos erros e que precisamos nos perdoar por isso?

Sim, você errou muito, eu sei. Deve ter magoado alguém, crucificado alguém injustamente, roubado ou, sei lá que coisa horrível você tenha feito. Mas, ainda assim, é preciso que você se perdoe.

Então, você vem e me diz que fracassou num passado distante, que perdeu tudo o que tinha, que prejudicou pessoas e, mesmo tendo todas elas refeito suas vidas, não conseguiu deixar de lado a culpa que sente no coração por ter fracassado um dia, por ter sido tudo o que você não gostaria de ser.

Bom, vamos lá! Ninguém nasce sabendo tudo, certo? Uma hora, você terá de errar para que possa, futuramente, acertar.

Isso é um fato, é muito lógico.

Porém, depois daquele erro, você não conseguiu se recuperar, não conseguiu esquecer e toda sua vida ganhou um peso enorme da carga que escolheu trazer às costas e, como não havia se livrado daquela, outras foram chegando pelo caminho e chegando, até que o peso ficou muito maior que sua capacidade de suportar.

Daí você desaba. E com razão.

A mente humana é uma loucura! O nosso cérebro não sabe distinguir o que foi criação nossa com o que é realidade e, dessa forma, ele libera uma carga pesada sobre nosso corpo e logo estamos desenvolvendo doenças que antes não tínhamos. É preciso que tomemos uma decisão, uma nova postura antes que a culpa nos arruíne completamente e nada mais nos tire do chão.

É aí que entra o AUTO-PERDÃO, a capacidade que temos de nos perdoar pelos erros que cometemos e pelos erros que pensamos que cometemos sem que isso dissolva nosso coração aos poucos.

Existem diversas técnicas e ferramentas para se exercer o auto-perdão com ajuda de especialistas, mas, você com você, pode começar a se aceitar, aceitar que tem falhas, que erra, que não é perfeito e enxergar o mundo e as pessoas como elas realmente são. Isso é amor próprio! Você aceitar todos os equívocos do passado e fazer dispersar de dentro de você o peso da culpa que te corrói e te enfraquece dia após dia.

Medite. Arranque essas camadas. Chore. Diga: eu me perdoo por tudo.

Faça todos os dias. Peça-se perdão! Acredite em sua resposta: EU ME PERDOO.

E, cá pra nós, pára de acumular culpas que não existem ou, pelo menos, pare de agir sem pensar!

Beijos de luz,

Cris








Escritora, blogueira, amante da natureza, animais, boa música, pessoas e boas conversas. Foi morar no interior para vasculhar o seu próprio interior. Gosta de artes, da beleza que há em tudo e de palavras, assim como da forma que são usadas. Escreve por vocação, por amor e por prazer. Publicou de forma independente dois livros: “Do quê é feito o amor?” contos e crônicas e o mais espiritualizado “O Eterno que Há” descrevendo o quão próximos estão a dor e o amor. Atualmente possui um sebo e livraria na cidade onde escolheu viver por não aguentar ficar longe dos livros, assim como é colunista de assuntos comportamentais em prestigiados sites por não controlar sua paixão por escrever e por querer, de alguma forma, estar mais perto das pessoas e de seus dilemas pessoais. Em 2017 lançará seu terceiro livro “Apaixonada aos 40” que promete sacudir a vida das mulheres.