Como eu venci a compulsão alimentar e a depressão

No ano de 1999, comecei a ter sintomas de depressão. Eu não sabia na época, mas comecei a ter crises de ansiedade, achava que ia morrer e que estava tendo um infarto.

Fui parar várias vezes em vários hospitais, e sempre saia dopada e sem nenhuma explicação plausível.

Eu também chorava muito, era extremamente reativa a tudo o que todos faziam – ou não – comigo, e comecei a ter compulsão alimentar.

Eu fui “cheinha” a vida toda, mas o que experienciei naqueles dias era completamente diferente.

O auge foi um dia, voltando da faculdade.

Entrei em uma lanchonete drive thru e pedi um combo grande, completo com refrigerante de 700 ml e tudo. Depois, passei em uma doceria e comprei 6 doces enormes e mais uma dúzia de mini coxinhas.

Fui para casa e comi tudo, tudo, em menos de 30 minutos.

Depois de duas horas ainda fui a uma padaria e comprei mais 3 sonhos grandes e dois litros de refrigerante. Comi tudo, novamente.

Eu comia e chorava.

Eu sabia que tinha algo errado, mas achava que a culpa era minha.

Achava que eu era fraca, obesa, gorda, feia, uma pessoa má e fracassada e, além de tudo, ainda não conseguia “controlar a minha boca”.

Esses pensamentos negativos me faziam comer ainda mais, como se existisse um profundo buraco dentro de mim.

Com o tempo, aquilo foi me fazendo tão mal, que ia para o banheiro vomitar. Colocava metade para fora. Mesmo assim, engordei 40 quilos em apenas um ano!

E ai me perguntam: quando isso parou?

Quando comecei a olhar para mim mesma de verdade.

Quando comecei a me conscientizar de que eu não era aquilo tudo o que eu achava e a culpa não era da minha “boca nervosa” ou da minha falta de força de vontade.

Dizem que admitir a doença é metade da cura e foi bem verdade.

No dia em que eu admiti que estava com depressão, síndrome do pânico e distúrbio alimentar começou a minha cura.

No dia em que comecei a realmente me procurar e me encontrar.

Não existe fórmula mágica e não existe “a receita”. O que existe é autoconhecimento.

O que existe é você conseguir mudar seus pensamentos sobre você mesma, trabalhar os seus mais profundos traumas ou entender o que te leva a fazer aquilo.

No meu caso, culpa!

Eu me sentia culpada por tudo.

Por ser daquele jeito, por decepcionar os meus pais. Por ser alguém que eu julgava desprezível, por ser alguém que tinha abandonado a avó que ela amava quando mais precisou – um dos traumas que curei recentemente.

Tudo isso foi me curando aos poucos, um dia, mais um passo, só por hoje.

Até o dia em que, em plena TPM, no meio de uma pandemia e num processo profundo de mudança eu me peso e estou com menos um quilo – dos quase vinte que já eliminei.

Não teve dieta, não teve “controle” externo, mas teve uma melhora tão grande da minha relação com a comida que está sendo um processo natural.

Tudo isso enquanto eu me torno a deusa que eu sei que eu sou.

A Deusa porque tenho Deus dentro de mim; deusa porque posso mudar qualquer coisa na minha vida.

Se você sofre com isso, pare e pense.

Peça ajuda!

Eu tive tanta ajuda, estudei tanto, passei por terapeutas tão maravilhosos que hoje sou uma mulher que quer passar isso para frente.

A compulsão é um sintoma de uma problemática maior e mais profunda e posso falar isso em causa própria. Só o autoamor, o autoperdão e o autocuidado poderão realmente te curar.

Ou seja, só você pode curar a si mesmo!

*Foto de Diego Martins no Unsplash

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Terapeuta porque adora ajudar as pessoas a se entenderem. Escritora pelo mesmo motivo. Apaixonada por moda, dança, canto, fotografia e toda forma de arte. Adora pão de queijo e café com leite e não pretende mudar o mundo, mas, quem sabe, uma pequena parte da visão que temos dele. Espaço Terapêutico Andrea Pavlovitsch Av Dr. Eduardo Cothing, 2448A Vila Formosa - São Paulo - SP +55 (11) 3530 4856 +55 (11) 9.9343 9985 (Whatsapp) [email protected]