Caso Djidja: Neurocientista explica como funciona a “lavagem cerebral” em seitas religiosas.
A lavagem cerebral não é como vemos nos filmes, ela pode ser muito mais sutil e lenta, utilizando ferramentas de manipulação e coerção nas pessoas através de mecanismos cognitivos, afirma o Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela.
Após a morte da empresária e ex-sinhazinha do Boi Garantido, Djidja Cardoso, por suspeita de overdose, a polícia prendeu, a mãe, o irmão e dois funcionários. Eles foram acusados de administrar a droga cetamina durante rituais de uma seita chamada “PAI, MÃE, VIDA!”, da qual, Djidja e sua família eram os principais influenciadores.
O caso Djidja
Djidja Cardoso, sua mãe, Cleusimar, e seu irmão, Ademar, realizavam cerimônias de uma seita chamada “Pai, Mãe, Vida”, onde segundo consta nas investigações, se viam como representações de figuras bíblicas: Jesus Cristo (Ademar), Maria de Nazaré (Cleusimar), e Maria Madalena (Djidja).
O grupo realizava rituais onde era administrada a droga cetamina, um anestésico e analgésico de uso veterinário, usado como tranquilizante de cavalos. Mas a família o usava para alcançar estados de superioridade espiritual e diziam que a droga indizia a meditação e dava a eles “poderes”. No entanto, a substância gera forte dependência e alucinações.
Desde abril, a família começou a ser investigada por tráfico da drogas e a gerente de um salão de beleza de Djidja, Verônica da Costa, foi acusada de comprar cetamina em clínicas veterinárias sem receita médica para uso nos rituais, dos quais, uma ex-namorada de Ademar também, segundo investigações, pode ter sido aliciada para participar e usar a droga.
A formação de seitas segundo a neurociência
De acordo com o Pós PhD em neurociências e membro da Society For Neuroscience nos Estados Unidos, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, a formação de seitas é realizada, principalmente, por manipulação mental através de técnicas de sugestão cognitiva.
“A famosa ‘lavagem cerebral’ não é como vemos nos filmes, na realidade ela é feita de uma forma muito mais lenta, através de sugestões e persuasão, sem necessariamente, haver torturas físicas, por exemplo. Mas, principalmente, cercando uma pessoa de fatores que contribuem para a linha de pensamento e cortando laços dela com outras pessoas e alternativas”.
Como no caso de Djidja Cardoso, a formação da seita, incutiu grande fator mental para a atração de novos membros.
“A sensação de pertencimento a algo maior é muito usada nessas situações, nesse caso específico com a associação a figuras de alto escalão religioso, reduzindo o círculo social a poucas pessoas e uso de alucinógenos, um combo que estimula o sistema límbico do cérebro, responsável pelas nossa emoções, o que torna a tomada de decisão altamente enviesada emocionalmente”, disse o neurocientista.
O uso da droga interfere na conexão frontotemporal, afetando diretamente o córtex pré-frontal, fazendo com que haja uma predominância do sistema límbico para aquilo que satisfaz.
“Algo similar ao que acontece com pessoas narcisistas, por exemplo, em que existe um lado da consciência e coerência que não funciona corretamente porque a região da recompensa prevalece”, afirma Dr. Fabiano.
Sistema límbico e genética ajudam a facilitar a manipulação
O sistema límbico, incluindo a amígdala e o hipocampo, é intensamente estimulado, enfraquecendo a conexão entre o lobo frontal e o lobo temporal, especialmente no córtex pré-frontal dorsolateral, responsável pelo pensamento crítico. Neurotransmissores como dopamina e serotonina são modulados, aumentando sentimentos de euforia e dependência emocional.
“Genomicamente, variantes nos genes DRD4 e 5-HTTLPR, além de genes ligados à oxitocina, podem aumentar a susceptibilidade à manipulação e reforçar a ligação ao grupo. Esses fatores, combinados com técnicas de sugestão cognitiva e isolamento social, resultam em um controle profundo e sustentado sobre o indivíduo”, conclui Dr. Fabiano de Abreu Agrela.
É importante alertar as pessoas que, são especialmente vulneráveis a acreditarem em ilusões e que procuram curas milagrosas que o uso de qualquer droga, que não seja ministrada por um profissional da saúde, pode causar dependência, alucinações e levar a morte. Não se deixe manipular por seitas religiosas!
*DA REDAÇÃO RH. Sobre Dr. Fabiano de Abreu Agrela – Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues MRSB é Pós PhD em Neurociências eleito membro da Sigma Xi, membro da Society for Neuroscience nos Estados Unidos , membro da Royal Society of Biology no Reino Unido e da APA – American Philosophical Association também nos Estados Unidos. Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia e filosofia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. Membro das sociedades de alto QI Mensa, Intertel, ISPE High IQ Society, Triple Nine Society, ISI-Society, Numerical e HELLIQ Society High IQ. Autor de mais de 250 artigos científicos e 23 livros.
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