Parece ficção científica, mas é realidade. Uma equipe de cientistas da Dinamarca e dos Estados Unidos acaba de desenvolver uma inteligência artificial que pode prever quando você vai morrer — e até quanto dinheiro vai ganhar ao longo da vida.
O nome da ferramenta? Life2vec. No entanto, nas redes sociais, ela já ganhou o apelido sinistro de “calculadora da desgraça”.
Como funciona a IA que antecipa seu destino?
O Life2vec funciona como um “oráculo digital”. Ele analisa uma grande quantidade de dados pessoais para criar previsões detalhadas sobre a vida de um indivíduo. Entre as informações processadas estão:
- Histórico de trabalho
- Nível de renda
- Endereço de residência
- Registros médicos
- Dados educacionais
Dessa maneira, ele identifica os padrões estatísticos complexos e os traduz em previsões surpreendentemente precisas — incluindo a probabilidade de morte precoce e o potencial de ganhos financeiros ao longo da vida.
Treinado com dados de milhões de pessoas
Para desenvolver o algoritmo, os pesquisadores usaram dados anônimos de mais de 6 milhões de cidadãos dinamarqueses. Assim, tornando o banco de informações um dos mais robustos já utilizados nesse tipo de projeto.
O Life2vec foi treinado com tecnologia semelhante à dos modelos de linguagem avançados (como o ChatGPT), mas adaptado para compreender “eventos de vida” em sequência — como mudanças de emprego, diagnósticos médicos e até o local onde a pessoa vive.
Prever a morte é útil… ou perturbador?
Embora o potencial tecnológico seja indiscutível, a ideia de saber quando você vai morrer levanta dúvidas éticas profundas. Ter acesso a esse tipo de informação poderia:
- Impactar decisões de vida (pessoais ou profissionais)
- Ser explorado por empresas de seguro e bancos
- Servir como base para contratações ou rejeições no mercado de trabalho
Portanto, os especialistas alertam: a IA pode abrir as portas para um futuro distópico, no qual algoritmos decidam quem merece mais chances — e quem já está “condenado” pelos dados.
O que os cientistas dizem sobre os riscos?
Segundo os desenvolvedores, o objetivo do Life2vec é compreender melhor os fatores que moldam a trajetória humana, não substituir decisões humanas com predições frias. Ainda assim, eles reconhecem que o poder dessa ferramenta exige regulamentação urgente para evitar abusos.
Além disso, o modelo ainda não é universal. Como os dados usados vêm apenas da Dinamarca, a precisão do Life2vec em outras populações (com culturas, economias e sistemas de saúde diferentes) ainda não foi testada.
Você usaria a “calculadora da desgraça”?
A grande pergunta que fica é: você gostaria de saber quando vai morrer?
Para alguns, essa informação poderia ser libertadora — ajudando a planejar a vida com mais foco e propósito. Para outros, poderia se tornar um fardo emocional difícil de carregar.
Por enquanto, o Life2vec permanece inacessível ao público geral e protegido por leis de privacidade. Mas o avanço é inevitável. E ele mostra que o futuro da tecnologia pode ser tão fascinante quanto desconcertante.
Imagem de Capa: Canva