É no subconsciente que estão inseridos os arquivos passados e futuros. Através dele que somos levados a aceitar que estamos no lugar certo, com as pessoas certas e na hora certa, a fim de atender às necessidades evolutivas.

É nele ainda que os nossos merecimentos e os nossos impedimentos levam-nos quase que automaticamente em direção das provações e expiações necessárias ao nosso crescimento.

Nada escapa a esse fiscal implacável de nossas vidas: a tudo registra, transformando em clichês etéreos tudo o que compõe o nosso campo de equilíbrio. É nesse caminho maravilhoso da nossa mente que Deus está presente com o Seu Amor, com a Sua Justiça e com a Sua Misericórdia.

O perdão de Deus está presente em cada encarnação que Ele nos concede… Nós é que ainda não aprendemos a nos perdoar.

Quando reencarnamos trazemos as marcas das encarnações anteriores fortemente gravadas em nosso subconsciente. Muitas delas configuram-se como um profundo sentimento de culpa, em acentuado remorso pelos erros cometidos. Inconscientemente, passamos a nos punir toda a nossa vida, submetendo-nos aos estados de depressão, angústia, enfermidade, penitência, e toda uma gama de sofrimento.

Nesse estado de autopunição, desorientamos o sistema de defesas imunológicas que, dentro de sua própria função, passa a agir, atacando e desorganizando tecidos, ossos, órgãos, sistemas saudáveis, em estado de rejeição, como se fossem inimigos.

Dos clichês mentais surgem os bloqueios energéticos, impedindo o livre fluxo das energias vitais, localizando-se nos pontos sensíveis e vulneráveis, que foram danificados em encarnações passadas. Surgem, então, o câncer, a esclerose múltipla, a psoríase, o lúpus, o pênfigo, a lepra, o vitiligo, o diabetes, etc…

Jesus, no ato de curar os enfermos, afirmava: “Teus pecados te serão perdoados”. Aqueles que realmente acreditavam que estavam sendo perdoados, libertaram-se da autopunição imposta a si mesmos e, consequentemente, se curavam. Por isso, Jesus acrescentava: “A tua fé te curou”. Nós é que ainda não aprendemos a nos perdoar.

Joanna de Ângelis nos convida a vencer os atavismos de culpa e pecado, enfatizando a nossa condição humana ainda em aprendizado, e o imenso amor de Deus que vela pelo processo evolutivo de cada um dos seus filhos muito amados: “A palavra evangélica adverte que se deve ser indulgente para com as faltas alheias e severo em relação às próprias. Somente com uma atitude vigilante e austera no dia-a-dia o homem consegue a auto realização. Compreendendo que a existência carnal é uma experiência iluminativa, é muito natural que diversas aprendizagens ocorram através de insucessos que se transformam em êxitos, depois de repetidas, face aos processos que engendram. A tolerância, desse modo, para com as faltas alheias não pode ser descartada no clima de convivência humana e social. Sem que te acomodes à própria fraqueza, usa também de indulgência para contigo. Não fiques remoendo o acontecimento no qual malograste, nem vitalize o erro através da sua incessante recordação”.

“Descobrindo-te em gravame, reconsidera a situação, examinando com serenidade o que aconteceu e regulariza a ocorrência. És discípulo da vida em constante crescimento. Cada degrau conquistado se torna patamar para novo logro. Se te contentas, estacionando, perdes oportunidades excelentes de libertação. Se te deprimes e te amarguras porque erraste, igualmente atrasas a marcha. Aceitando os teus limites e perdoando-te os erros, mais facilmente treinarás o perdão em relação aos outros. Quando acertes, avança, eliminando receios. Quando erres, perdoa-te e arrebenta as algemas com a retaguarda, prosseguindo. O homem que ama, a si mesmo se ama, tolerando-se e estimulando-se a novos e constantes cometimentos, cada vez mais amplos e audaciosos no Bem”. (1)

Por isso tudo, disse também Jesus: “Basta ao dia o seu próprio mal” (Mateus, 6:34).

(1) “Perdoa-te” – Joanna de Ângelis do livro “Filho de Deus”, psicografado por Divaldo Pereira Franco
Texto: FEAL (Fundação André Luiz)