Algumas vezes nos dispensam um tratamento rude ou na melhor das hipóteses frio. Pessoas que tendem a autoanálise botam a cabeça para funcionar e se perguntam: “Mas o que foi que eu fiz?” “Será que cometi uma gafe sem perceber?”, “Será que me expressei mal em alguma situação?”
Às vezes encontramos uma resposta objetiva e plausível. Às vezes a gente chega à conclusão de que pisou na bola mesmo. Acontece. Às vezes, sem intenção. Em outras , intencionalmente. Não sei, mas tem gente que desperta o nosso pior. Chato é quando a gente não consegue estabelecer uma relação de causa e efeito.
Existem três posturas básicas diante deste tipo de conduta. A primeira é mandar à merda. Adoro esta tática, mas nem sempre é possível ou conveniente. No mundo corporativo, muitas vezes, este tipo de conduta hostil visa realmente desestruturar o profissional. Por isso, mandar à merda não é a melhor saída, embora bem sedutora.
Outra tática é tentar inverter a situação e paparicar o algoz a fim de fazê-lo mudar para o nosso lado ou na pior das hipóteses adotar um comportamento mais sociável e civilizado. Esta estratégia me parece muito sábia , mas é preciso ter muito estômago para aguentar. É uma estratégia para os fortes e racionais. Gente temperamental e dada à paixões não consegue ou até consegue mas passa mal depois.
A terceira tática me parece a mais sensata e equilibrada. Nem comprar briga com quem está visivelmente nos provocando ( porque no fundo é o que a pessoa quer) nem ficar paparicando. Me parece que manter a cara de paisagem enquanto imagina uma cena paradisíaca é a opção que melhor funciona.
Mas tais hostilidades gratuitas vindas de pessoas que não sabem nada de profundo sobre nós não ocorrem apenas no meio profissional. Muitas vezes elas acontecem nas relações sociais, dificultando o que poderia ser bem simples e agradável.
Quem costuma ler os meus textos sabe o quanto defendo a importância do abrir-se para a vida , do abrir-se para as pessoas. Sabe o quanto defendo a importância da empatia. Mas não adianta ficar dando pirueta na frente de quem não quer nos enxergar. Não adianta ficar tentando agradar quem visivelmente não está nem um pouco interessado em nos conhecer, em estabelecer uma relação de amizade ou uma parceria profissional. Ficar se desdobrando em mil para agradar quem não demonstra interesse por nós é o mesmo que ficar se desqualificando, é o mesmo que colocar o outro como um juiz, como alguém que vai conceder ou não um selo de qualidade a nós.
Sim, as vezes a antipatia é gratuita. Vai se fazer o que? Por outro lado, muitas das simpatias mais arrebatadoras também são.
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