Está tudo bem você ficar sozinho agora. Tudo bem você não se envolver com alguém neste momento. Tudo bem você não seguir em algo quando você sente que não vai conseguir ficar. Tudo bem você não permanecer por medo das experiências devastadoras de suas últimas relações.

Eu sei que a gente não precisa fugir das pessoas por medo de se envolver, e que não é bom se fechar para o amor por medo de senti-lo ou pela incerteza de não saber a quem você está entregando os seus sentimentos. Mas eu sei também que é um erro achar que o outro pode curar nossas dores e afastar os nossos medos.

Você sabe que é um erro pensar que alguém novo vai conseguir apagar as lembranças de outro que passou como um trator pelo seu peito.

Às vezes, a gente só precisa de um tempo sozinho para parar um pouco, racionalizar um pouco nossas emoções, cuidar da gente e recomeçar, porque a gente é o nosso próprio ponto de partida. Não o outro!

Porque alguém que chegou agora não vai fazê-lo esquecer um amor de tanto tempo. Porque você não vai superar o fim das coisas achando que só precisa de um novo começo com uma outra pessoa.

Então, está tudo bem.

Está tudo bem você pensar em se afastar quando começar a sentir que alguém está se apaixonando por você, ou quando algo dentro de você incomodar, em vez de acalmar. Se você não está preparado, tudo bem não querer. Eu só lhe peço para dizer ao outro quando não estiver mais a fim, não por obrigação, mas por respeito.

E você não deve se culpar. Orgulhe-se por você não ser perfeito, por, às vezes, ter medo, por pensar tanto nas suas marcas, a ponto de não querer viver novas sensações, por medo de colecionar mais alguns machucados, por, às vezes, não conseguir não se importar com seu passado e senti-lo doer tanto, a ponto de conviver como se ainda fosse presente.

Você só não está pronto agora, e é melhor assim. É melhor que você reconheça esse momento, saiba que você está sendo sincero com o outro, e mais que isso, consigo mesmo.

Porque só você sabe o peso que carrega, e ninguém precisa julgá-lo. Todo mundo, em algum momento, fugirá de alguém, por medo de ficar.








Sou recifense, 24 anos, apaixonado por cafés, seriados e filmes, mas amo cervejas e novelas se houver um bom motivo pra isso. Além de escrever em meu blog pessoal e por aqui, escrevo também no blog da Isabela Freitas, sou colunista do Superela e lancei o meu primeiro livro em Novembro de 2014 pela Editora Penalux. .