Quando estamos cuidando da nossa vida, trabalhando, saindo com os amigos, fazendo projetos de diversas naturezas, investindo em nossa carreira, entusiasmados com um novo curso que resolvemos fazer aos finais de semana, as pessoas ao nosso redor nos enxergam com outros olhos!

Quando estamos sozinhos e carentes é natural sentirmos vontade de ter alguém em nossa vida. É natural também ficarmos ansiosos e buscarmos estratégias para conhecer pessoas.
O problema é quando esta ansiedade se torna excessiva e a pessoa começa a enfiar os pés pelas mãos, colocando-se em situações complicadas, que geram ainda mais carência.

Quando corremos muito atrás do amor, transmitimos uma mensagem de carência excessiva ao outro que pode se assustar com a expectativa exagerada que estamos depositando em seus ombros.
Quando estamos cuidando da nossa vida , trabalhando, saindo com os amigos, fazendo projetos de diversas naturezas, investindo em nossa carreira, empolgados com a reforma da casa ou com a compra do primeiro carro ou entusiasmados com um novo curso que resolvemos fazer aos finais de semana, as pessoas ao nosso redor nos enxergam com outros olhos.

As pessoas, normalmente, se interessam por quem tem interesses variados. Por quem fala sobre o próprio trabalho com paixão, por quem tem curiosidade por aprender coisas novas, fazer viagens, por quem cultiva hobbies que variam desde participar de uma banda de rock ou grupo de teatro aos finais de semana até estudar sobre harmonização de queijos e vinhos.
Pessoas que esperam o amor chegar para começarem a viver são as que mais demoram para encontrá-lo. Sem falar que nenhum amor chega pronto, embalado em papel celofane.

O amor se faz no dia a dia e o amor que sentimos ontem não é o mesmo amor que sentimos hoje nem o que sentiremos amanhã.
Fazendo uma analogia bem simplista, o amor é mais ou menos como a caneca de leite sobre o fogão. Se olhamos demais, nunca ferve. Se pararmos de olhar, faz uma bagunça danada como a chegada de uma pessoa em nossa vida que vai tirando tudo do lugar e mostrando que nem tudo pode ser planejado e controlado.








Viciada em café, chocolate, vinho barato, filmes bizarros e pessoas profundas. Escritora compulsiva, atriz por vício, professora com alma de estudante. O mundo é o meu palco e minha sala de aula , meu laboratório maluco. Degusto novos conhecimentos e degluto vinhos que me deixam insuportavelmente lúcida. Apaixonada por artes em geral, filosofia , psicanálise e tudo que faz a pele da alma se rasgar. Doutora em Comunicação e Semiótica e autora de 7 livros. Entre eles estão "Como fazer uma tese?" ( Editora Avercamp) , "O cinema da paixão: Cultura espanhola nas telas" e "Sociologia da Educação" ( Editora LTC) indicado ao prêmio Jabuti 2013. Sou alguém que realmente odeia móveis fixos.