O embarque e desembarque de pessoas em nossas vidas são verdadeiras lições de vida – uma missão.

Com a correria do dia a dia, mal nos damos conta de quantas pessoas passaram por nossas vidas.

Se parássemos para pensar, perderíamos a conta.

São tantas, que se torna humanamente impossível manter o contato com todas. Cada uma da sua maneira. Todas com sua individualidade.

Algumas podemos compará-las com a brisa do mar com sua leveza e outras como terremotos capazes de fazer abalar qualquer estrutura e gerar grandes estragos.

Com a vida aprendemos constantemente e temos a impressão de que aprende-se muito e morre-se sem saber. Um aprendizado eterno que nunca tem fim.

Com as pessoas, não é diferente, podemos aprender e muito, principalmente com seus exemplos de vida.

Cada uma que passa por nossa vida tem o poder de deixar marcas que a torna inesquecível, mesmo que não a vejamos mais. Mesmo que tenham nos feito sofrer ou tenham nos ofendido, sempre podemos ver o lado bom de cada uma delas.

Todas, indistintamente, são importantes. Parece que nascemos com uma missão na vida de cada uma que cruzamos
pelo caminho afora e vice-versa.

Nossos pais que nos geraram, por nos terem colocado no mundo. O pai de nossos filhos, por nos terem dado a chance de nos tornarmos mãe de nossos maiores tesouros. A mãe de seus filhos, por terem dado a oportunidade única de se tornar pai de seus bens mais valiosos. O companheiro, por ensinar o que é amar e ser amado. O amigo, por lhe emprestar o ombro para chorar, naquele momento em que mais precisou.

O empresário, que lhe deu o emprego para que você pudesse ter uma vida digna. A pessoa que lhe tirou o serviço e o fez reinventar-se, tornando bem mais sucedido que antes. O mala, por tê-lo feito crescer ao apresentar os desafios mais difíceis da vida.

Os avós, por fazê-lo sentir muito querido, devido a sua doçura. Os colegas que o motivaram a não desistir ao mostrarem que estavam no mesmo barco e que não estava sozinho ao prestarem ajuda num ato de solidariedade.

O puxa tapete que o fez ficar mais esperto. As cobras venenosas, que experimentaram do seu próprio veneno mostrando-lhe que o feitiço vira contra o feiticeiro, mais cedo ou mais tarde.

Os conhecidos com suas histórias de vida, ao mostrarem que o bem sempre vence o mal. Os irmãos de igreja com seus testemunhos, ao abrirem o coração contando grandes milagres e passagens de superação.

Os fofoqueiros, ao mostrarem que com a mesma intensidade que julga é julgado. As belas embalagens vazias, ao darem exemplo de que a beleza não se sustenta sozinha se não tiver conteúdo para sustentar.

Os invejosos, ao demonstrarem que não são capazes de sair do lugar e muito menos de chegar perto da situação daquele que tentam diminuir. Os que praticam injustiça, ao vê-los passar pela mesma situação daqueles que foram injustiçados.

Os que defendem o lado errado da história, ao vê-lo conhecer o outro lado da moeda sentindo na pele o retornar da mesma pedra atirada de forma injustificada no escuro. E assim, os embarques e desembarques de pessoas se resumem em verdadeiras lições de vida, um eterno e constante aprendizado – uma missão.








Idelma da Costa, Bacharel em Direito, Pós Graduada em Direito Processual, Gerente Judicial (TJMG), escritora dos livros Apagão, o passo para a superação e O mundo não gira, capota. Tem sido classificada em concursos literários a nível nacional e internacional com suas poesias e contos. Participou como autora convidada do FliAraxá 2018 e 2019 e da Flid 2018.