As pessoas não desistem umas das outras, elas cansam!

A desistência do outro é um sentimento triste, ela se dá pela falta de perspectiva do outro, quando não há mais meios, mais solução, quando acredita-se que não tem mais jeito.

É cansar-se mentalmente, é o esvaziamento das forças, o desaparecimento da vontade.

Onde a preguiça se instala não pela falta de investimento afetivo ou irresponsabilidade na dinâmica da relação, mas pela desistência das ações que tinham por objetivo inicial a reciprocidade.

Somos movidos pela esperança, para alcançar nossas metas, fazemos diversas tentativas. Quando são constantes as frustrações e rejeições,
quando não há o retorno esperado, uma sensação de cansaço, de desesperança, toma conta de nós, até chegar a desistência.

Quando chegamos a este estágio, é um ponto sem retorno. Como uma energia que se esgota e não pode ser recarregada.

O cansaço cognitivo vem da certeza da falta de solução.

É um sentimento praticamente irreversível e por mais que a outra parte demonstre o interesse de mudança, já não há credibilidade nem motivação.

Até quando há essa motivação, sempre existirá o receio, a sensação ansiosa e negativa de voltar a ser como era, tudo outra vez.

Passamos a prever um comportamento futuro, relembrando um padrão comportamental anterior.

Grande parte das pessoas estão centradas no próprio ego, e obsessivas por si mesmas, pensam que estão com a razão; acreditam tanto nas próprias certezas, que não conseguem reconhecer através da racionalidade a possibilidade de estarem erradas.

Muitas outras acabam desistindo e se cansando de um relacionamento por incompetência própria, devido a pouca capacidade de percepção sobre a vida e sobre os outros. Boa parte delas, usam da manipulação e do ambiente para tentar entender de forma inteligente a outra pessoa ou a situação, tentam se antecipar ao que “acreditam” que acontecerá, e desistem antes mesmo de começar, ou, frente as suas percepções, “antes de se machucarem”.

A soberania do desenvolvimento racional e intelectual, se dá na tentativa de compreender o outro, a partir de si mesmo.

Deve-se sempre tomar para si a responsabilidade de fazer dar certo uma parceria para vida.

Quando julgamos a competência de alguém, revelamos em nós mesmos a falta de competência que temos em perceber o outro. Ou simplesmente não estamos conseguindo nos conectar aos fatos, ou aos motivos sem julgar.

O julgador é fraco em delicadeza, pobre em sutileza e incompetente na interpretação do outro.

Sem o autoconhecimento não é possível compreender o outro.

O outro sempre carrega em si, aspectos que são meus. Pois nossa condição humana, nos coloca ora como espelho, ora como reflexo.

Um dos maiores problemas que vivemos em nossa sociedade não é somente o egoísmo, o egocentrismo, o achismo, a falta de razão e a falta de educação, é a falta de capacidade de pensar nas possibilidades.

A grande maioria das pessoas sofrem por não saberem administrar soluções, por não conseguirem avaliar as questões, as informações, e seus motivos, por querem sempre impor julgamentos ao fato, e julgar sem antes ser juiz de si mesmo nas próprias razões, é imperativo de conflito.

E a maior falha geológica na linha da vida humana em nossa sociedade, é a certeza cega de pensar de forma autorreferenciada, se colocando sempre como o “umbigo” do mundo.

É um erro casso, usar o conceito do amor próprio, consumindo-se em egoísmo e vaidades exacerbadas. É tornar certezas que são próprias, em axiomas universais. É avaliar a si mesmo como um ser onipotente; e colocando no outro o erro e a culpa.

Por isso, há tantas pessoas cansadas umas das outras! Na verdade, elas se cansam delas mesmas! O cansaço vem da indisposição em não saber lidar com o outro, visto que pensam que os outros é que precisam se moldar a elas.

Como justificativa de estarem cansadas de si mesmas, cansam-se das outras quando elas não atendem as suas expectativas egoístas. Quando elas não aceitam ser da maneira que elas acreditam ser a corretas.

Chegar ao ponto de não se cansar de ninguém é uma maneira inteligente de viver e de encontrar um melhor equilíbrio e saúde.

Quem se cansa do outro por questões comportamentais, prova falta de humildade!

Se cansar do outro é pensar que é maior e melhor que o outro e que, por isso, não precisa dele.

Na grande corrente humana, todos os elos são importantes.

Para que esse caleidoscópio humano seja rico, colorido, completo em toda a sua diversidade, é necessário que façamos conexões de forma equilibrada. Que desenvolvamos uma engrenagem relacional que nos confira a capacidade de experimentar o lado bom da vida, o bem do mundo e o melhor de nós!

*texto de Fabiano de Abreu – Doutor e Mestre em Psicologia da Saúde pela Université Libre des Sciences de l’Homme de Paris; Doutor e Mestre em Ciências da Saúde na área de Psicologia e Neurociência pela Emil Brunner World University;Mestre em psicanálise pelo Instituto e Faculdade Gaio,Unesco; Pós-Graduação em Neuropsicologia pela Cognos de Portugal;Três Pós-Graduações em neurociência,cognitiva, infantil, aprendizagem pela Faveni; Especialização em propriedade elétrica dos Neurônios em Harvard;Especialista em Nutrição Clínica pela TrainingHouse de Portugal.Neurocientista, Neuropsicólogo,Psicólogo,Psicanalista, Jornalista e Filósofo integrante da SPN – Sociedade Portuguesa de Neurociências – 814, da SBNEC – Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento – 6028488 e da FENS – Federation of European Neuroscience Societies-PT30079.

E-mail: [email protected]

VOCÊ JÁ VISITOU O INSTAGRAM E O FACEBOOK DO RESILIÊNCIA HUMANA?

SE TORNE CADA DIA MAIS RESILIENTE E DESENVOLVA A CAPACIDADE DE SOBREPOR-SE POSITIVAMENTE FRENTE AS ADVERSIDADES DA VIDA.








Fabiano de Abreu Rodrigues é psicanalista clínico, jornalista, empresário, escritor, filósofo, poeta e personal branding luso-brasileiro. Proprietário da agência de comunicação e mídia social MF Press Global, é também um correspondente e colaborador de várias revistas, sites de notícias e jornais de grande repercussão nacional e internacional. Atualmente detém o prêmio do jornalista que mais criou personagens na história da imprensa brasileira e internacional, reconhecido por grandes nomes do jornalismo em diversos países. Como filósofo criou um novo conceito que chamou de poemas-filosóficos para escolas do governo de Minas Gerais no Brasil. Lançou o livro ‘Viver Pode Não Ser Tão Ruim’ no Brasil, Angola, Espanha e Portugal.