Quanto mais se deseja esquecer algo ou alguém, mais tal coisa ou tal pessoa fixa no pensamento. Gruda igual chiclete.

Um indivíduo inseguro num relacionamento amoroso “acredita” que controla a outra, observando suas postagens no Facebook, bem como a conta do cartão de crédito, o telefone celular e assim por diante. Alguns chegam a controlar a conta bancária do outro (a), para saber cada centavo gasto, e não pelo dinheiro em si, mas para saber o que a pessoa faz no seu dia-a-dia. E eu pergunto: quem é de verdade controlado nesta situação? Quem tem a mente aprisionada pela insegurança e tortura em que vive?

Se não gosto de uma pessoa e penso em maneiras de prejudicá-la, passo horas com esta pessoa em meus pensamentos, na tentativa de revidar o meu desgostar. Alimento a raiva que sinto com cada pensamento que emito. Há descontrole na raiva.

Quando penso em quantos quilos devo emagrecer, acabo mais tempo pensando em comida do que se não estivesse tentando fazer uma dieta. Se quero esquecer o ex-namorado, acabo pensando ainda mais nele. Quanto mais me esforço para não me lembrar, menos eu percebo que o esforço que faço me coloca ainda mais em contato com o que intento desprezar.

Não é fácil lidar com situações de desgosto, como o conviver com alguém por obrigação, ou esquecer uma pessoa que me machucou emocionalmente. Porém, há de se saber, que quando tento excluir algo ou alguém de minha vida e de meus pensamentos, através da negação ou controle, mais este algo ou alguém permanece em minha vida.

Tudo que é mal resolvido fica no subconsciente. O deixar de lado forçosamente, como solução, não resolve nem de longe a situação.

A resolução para qualquer coisa que desejo ter o controle é antes de tudo, aceitar no coração o motivo pelo qual tento ter este controle. Devo entender a mim mesmo sobre os motivos que me instigam a ilusão de controlar alguma coisa ou alguém.

Se quero controlar alguém com quem me relaciono, devo compreender primeiro o porquê deste desejo de controle: é a minha insegurança ou trata-se de alguém que não merece a minha confiança?

Quando não gosto de alguém por qualquer motivo que seja: por que não gosto desta pessoa? Por que ela me incomoda tanto? São por motivos justos? Não posso simplesmente exercer a tolerância e paciência, me tornando uma pessoa melhor?

É comum que no decorrer de nossas vidas, tenhamos o desejo de exercer controle sobre determinadas pessoas e também sobre algumas situações. Devemos sempre nos lembrar de que a busca pelo controle é muitas vezes uma armadilha, pois se corre o risco da obsessão. Acabamos nós mesmos inconscientemente controlados.

A solução é olhar para o meu desejo de controle com amor e compaixão para comigo mesmo. A aceitação por aquilo que não gosto e jamais a negação ou desprezo.

Quando aceito o que não gosto e o que quero esquecer de maneira consciente, finalmente fico pronto para deixar que o incômodo se vá. Cedo à minha mente a liberdade de não ser mais controlado por aquilo.

O primeiro passo para se controlar algo é o controle de si mesmo. Só o indivíduo que controla a si mesmo é verdadeiramente livre. E apenas depois disso, se torna capaz de controlar algo além. Isto se ainda for necessário, pois um homem verdadeiramente livre não necessita do controle de nada e de ninguém.








Brasileira, 41 anos, formada em Tecnologia em Processamento de Dados, pós-graduada em Gestão Estratégica de Pessoas. Atua numa multinacional na área administrativa como profissão. Escritora, colunista e roteirista por paixão. Poliglota. Autora de doze livros publicados de forma independente pelo Amazon, além de quatro roteiros para filme registrados na Biblioteca Nacional. Colunista no próprio site www.carolinavilanova.com e vários outros. Youtuber no canal Carolina Vila Nova, que tem como objetivo divulgar e falar sobre as matérias do próprio site.