Que bom que é este sentimento de amar alguém ou alguma coisa. Sem dúvida que o amor é o motor da alma, o alimento do espírito, o néctar do deus que há em nós. Erroneamente, muitos de nós confundem amor com posse, ou seja, com emoções ligadas ao ego, tais como ciúme ou controlo. Mas será isso o amor? O desejo vivo de possuir, de ter e controlar o objeto amado?

Certamente que todos nós desejamos ser amados e nos sentimos completos quando amamos, quando sabemos que tocamos o coração de uma pessoa, quando sentimos que somos especiais e fazemos a diferença na vida de alguém.

Mas o que é mesmo isso de amar? Como é amar? O que é que é certo ou errado? Não sei. É das perguntas mais difíceis de responder, pois foge totalmente à razão, e não há palavras que descrevam a beleza de um sentimento que nos constrói a alma por inteiro.

Todos nós já somos esse amor que reside nas nossas células, que o nosso corpo respira em sopros de alma. Como traduzir em palavras uma existência abstrata que é feita de luz?

Às vezes a vida não nos permite amar como gostaríamos, com a presença de quem queríamos que estivesse ao nosso lado. É um facto que temos de saber apreciar a nossa própria companhia, amar-nos a nós mesmos na saúde e na doença, no bom e no mau tempo, na alegria e na tristeza. Certo. Mas também precisamos da interação humana, das relações emocionais, dos vínculos familiares, de estar apaixonados.

Amar é tudo isso. Amar a própria vida, amar a família, amar os amigos e os colegas, amar um companheiro ou uma esposa… tudo é amor, ainda que em graus e intensidades diferentes. Querer o bem, a paz e a harmonia é saber amar.

Quando não somos correspondidos no amor ou quando vivemos a ausência de alguém importante para nós, caímos num sofrimento que é normal acontecer. Por que é que não resultou? Por que é que nunca se consumou? Por que é que acabou? Pois é, são perguntas para as quais não temos sempre uma resposta que nos satisfaça. Mas teremos que saber tudo? Por vezes, a vida pede-nos apenas que saibamos libertar aquilo que amamos.

Como seria bom ter aquela pessoa ao nosso lado, tão bela na sua imperfeição humana, que iria completar a nossa vida. Será que iria ser mesmo assim?

Amar também é libertar, é deixar quem amamos no seu espaço, na sua vida. Quando não há condições para as coisas resultarem, não vale a pena forçar. Há sempre uma hora em que devemos desistir de lutar e, para mim, esse momento significa libertar, deixar ir. Não é por isso que já não é amor, mas devemos racionalizar a nostalgia do que poderia ter sido. Se não foi, é porque não tinha mesmo que ser, e isso só Deus sabe. Nós não temos que ter todas as repostas para termos paz de espírito e a verdade é que há ligações que sempre irão perdurar ao longo das vidas.

Ama e aceita o que não podes mudar. O sofrimento faz parte de nós para evoluirmos, mas há sempre uma altura em que devemos dizer e sentir «basta». Aí estaremos a libertar o outro, mas principalmente a libertar-nos a nós, sem carregarmos mais culpa ou tristeza. Amar nunca foi nem nunca será pecado, pois amar faz parte de nós. Amar é o alimento que nos faz estar vivos, pois sem amor ninguém vive completamente.








Susana Vieira Ramos é Mestre de Reiki, com formação em Vidas Passadas, Leitura da Aura e Anatomia Energética. Iniciou o seu percurso profissional como professora de Português e Filologia Clássica, mas é no desenvolvimento pessoal e espiritual que realiza a sua missão de vida.