Se pararmos para analisar nossa vida, nossa trajetória e todas as pessoas que passaram por nós, assim como “quando e como” passaram por nós, chegaremos à conclusão que muitas delas pediram para ser esquecidas.

Muitos são os amores que compõem essa fábula chamada relacionamento. Quando falo “relacionamento” eu falo do relacionamento em geral, com todas as pessoas que, de alguma forma, fizeram parte da sua vida.

Tantas são as pisadas na bola que de muitas você nem lembra mais. Parece mesmo que elas praticamente imploram com seus atos que a deixemos, que nos esqueçamos dela.

Outro dia, revi de longe uma colega de colégio. Quantos anos? ah, uns 20… Ela está exatamente IGUAL àquela que conheci lá atrás. Mal, mal mudou o corte de cabelo.

Praticamente as mesmas coisas e, observando um pouco mais, pude ver que seu comportamento também, apesar do tempo e da idade, não havia se modificado. Naquela época, por alguma razão da qual não me lembro mais (faço questão de esquecer coisas que me desagradam), ela se virou contra mim. Parecia até que eu havia tomado algo dela ou sei lá (vai ver tomei mesmo!), resultando em uma estranha traição da parte dela (uma fofoca, apunhalada, NÃO SEI). Só o que me lembro foi de tê-la deixado pra trás. Na minha cabeça e no meu coração levemente machucado e decepcionado, eu decidi que algumas pessoas não precisam de sua companhia. Cheguei à conclusão naquela época que deixá-la ir e virar as costas era a coisa que eu deveria fazer. Ela mesma, na minha ideia, havia pedido para ser esquecida, arrancada definitivamente do meu catálogo de amigos verdadeiros.

No decorrer dos anos, muitos outros “deletes” eu dei. Fazia parte. Eu deixava pra trás o que me causava mal e dessa forma, seguia minha vida. Não por escolha minha, por escolha do outro.

Eu acredito que, assim como aconteceu comigo, deve ter acontecido com você. Alguns amores “pedem” para ser esquecidos.

Como?

Quando vão embora sem te explicar porquê, quando fogem do sentimento que os unia alegando bobagens, quando traem, quando te ferem e ofendem, quando não são capazes de corresponder ao seu amor…

Todos eles, todos… Todos pedem para serem esquecidos um dia. É quase uma súplica: “me arranque de sua vida, você não merece alguém como eu!”. Aí você vai, chora um pouco ou muito e depois obedece. Não tem muito o que fazer a não ser obedecer e compreender que algumas pessoas precisam ser esquecidas, mesmo que doa. Foram elas que pediram, lembra? Você quis lhes dar amor, você as procurou, você as amou, foi parceiro, leal e o que pediram com sua atitude covarde e cruel? ME ESQUEÇA.

Daí a gente esquece. Feito um pedido dos Deuses, uma punição. Você esquece. Arranca do coração e trilha seu caminho como se aquela criatura nunca tivesse sequer existido…

Não fui eu quem pediu, foi você quem quis assim.








Escritora, blogueira, amante da natureza, animais, boa música, pessoas e boas conversas. Foi morar no interior para vasculhar o seu próprio interior. Gosta de artes, da beleza que há em tudo e de palavras, assim como da forma que são usadas. Escreve por vocação, por amor e por prazer. Publicou de forma independente dois livros: “Do quê é feito o amor?” contos e crônicas e o mais espiritualizado “O Eterno que Há” descrevendo o quão próximos estão a dor e o amor. Atualmente possui um sebo e livraria na cidade onde escolheu viver por não aguentar ficar longe dos livros, assim como é colunista de assuntos comportamentais em prestigiados sites por não controlar sua paixão por escrever e por querer, de alguma forma, estar mais perto das pessoas e de seus dilemas pessoais. Em 2017 lançará seu terceiro livro “Apaixonada aos 40” que promete sacudir a vida das mulheres.