Ação humana contra o meio ambiente causou a pandemia do coronavírus, diz pesquisador

Allan Carlos Pscheidt diz que a destruição de habitats de outros animais vai tornar epidemias cada vez mais comuns.

O pesquisador Allan Carlos Pscheidt, doutor em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente e professor das Faculdades Metropolitanas Unidas, em São Paulo, afirmou em entrevista ao Brasil de Fato que o novo coronavírus se alastrou pelo mundo graças à ação destrutiva e invasora do ser humano contra a natureza.

Segundo o professor, o organismo que causa a covid-19 está há tempos no meio ambiente, provavelmente alojado em morcegos nativos de cavernas intocadas, e com a crescente urbanização e consequente invasão humana, o vírus quebrou seu ciclo natural e alcançou outros seres, como o homem, cujo organismo ainda não está preparado para combatê-lo.

As lições a serem aprendidas com o domínio mundial do vírus, de acordo com o pesquisador, é que precisamos nos preocupar urgentemente com o consumo desenfreado, a destruição recorrente do planeta e as mudanças climáticas, pois para ele, a disseminação do novo coronavírus é resultado direto disso.

Pscheidt alerta que, em um mundo interligado como o que vivemos hoje, epidemias virais devem se tornar cada vez mais comuns. Para ele, se não evoluirmos para uma sociedade mais consciente e menos egoísta, não teremos muito mais tempo por aqui.

Na entrevista concedida em maio de 2020, o pesquisador ainda acrescentou que o crescimento rápido favorece o desmatamento, e a invasão de territórios antes preservados. Com isso, a gente acaba soltando no meio ambiente doenças que estavam contidas, por exemplo, em cavernas. Tudo sugere que a origem desse coronavírus que causa a covid-19 venha de morcegos que estavam em cavernas.

“Temos que cobrar dos órgãos públicos e privados um maior controle e conservação do meio ambiente. Isso é muito importante. Desde a conservação turística, aqueles parques onde nós podemos utilizar para atividade turística, até mesmo áreas com restrições – por exemplo, no Brasil nós temos alguns picos onde só o Exército tem acesso.

É muito importante que a população, de uma forma geral, conserve essas áreas e cobre dos governos, das empresas, a conservação. Se você isola essas áreas, não tem a preocupação de passar alguma doença que, de repente, está ali.

Temos uma situação, também, que são as mudanças climáticas. Na Rússia, o permafrost [camada profunda de terra congelada] está descongelando. A gente não sabe o que aquele gelo vai ter, que tipo de bactéria, de vírus, está ali guardado por milhões de anos. Pode vir à tona e pode ser solto no ambiente. Nós não sabemos como vai ser o ciclo desse microrganismo nos animais e nas pessoas.

Além das áreas que já existem e nós devemos conservar, tem também a questão das áreas que podem ser afetadas pela mudança climática.

É uma questão de bom senso e de cobrar sempre uma conservação, para aliar tanto o progresso, o crescimento populacional, o desenvolvimento de tecnologias, mas também saber do nosso papel como ser pertencente da natureza. É como eu falo para os meus alunos: este é o único planeta que nós temos”, finalizou o pesquisador.

*DA REDAÇÃO RH. Com informações Brasil de Fato.

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