A sua felicidade não está no futuro, ou no passado! Ela está no aqui e agora!

Tem muita gente buscando a felicidade naquilo que está por vir, através de planos futuros ou nas memórias das lembranças mais queridas ao relembrar aquilo que foi bom, que se viveu e que já não existe mais.

Até concordo que é bom sonhar, bem como é bom o saudosismo. Com os mesmos somos capazes de viajar no tempo e senti-los como se fossem reais.

Quem nunca se deparou com situações, verdadeiros presentes vindos dos céus, que nos fazem sentir aquela sensação de bem-estar sentida outrora. É tão forte que chegamos até a lembrar do cheiro e da situação vivida como se fosse real.

Com o aroma do café feito e coado na hora; com o sabor e o cheiro de uma rosca; ao ver um avô passeando com seu neto na pracinha; ao participar de uma reunião com pessoas ao redor de uma mesa farta; com uma postagem de um olhar carinhoso entre pais e filhos, do pai brincando com o filho, da avó sentada com a neta à frente do computador, de uma criança deitada à rede, de uma família desfrutando de um córrego de águas cristalinas, da atenção dada pelo marido à esposa, de um sítio lindo, de uma família confraternizando, da alegria e o brilho do olhar de um casal de namorados; ao ver a netinha no comércio da avó, enquanto espera a mãe retornar do trabalho; podemos ter freches do nosso passado.

Todas essas situações por exemplo, tem o poder de fazer com que eu reviva bons e velhos momentos de intensa alegria da infância, ao recordar do sítio do meu pai, que foi um exemplo de bom pai, bom avô, bom filho, bom amigo, bom chefe de família, bom líder.

Era bem mais que apenas um pedacinho de terra. Era um paraíso, conquistado poucos anos depois que ouvi meu pai dizendo para minha mãe de seu sonho de ter um pedacinho de chão e que para conseguir teria que trabalhar demais.

Lembro-me como se fosse hoje do lugar que isso foi dito e como. Era bem pequena e meus pais passeavam de carro sem rumo, ouvindo música até que meu pai parou o carro de vista para um lugar de muito verde e montanhoso, para ficar de bobeira conversando com minha mãe.

Eles compartilhavam dos mesmos sonhos e ideais. E que bom ter estado presente no exato momento do nascimento de um sonho e que bom ter tido a oportunidade de ver a realização de um sonho.

Meus bisavós, meus avós e meus pais tiveram a chance e o privilégio de terem um pedaço de terra. Não cheguei a conhecer a fazenda dos meus bisavós. A fazenda dos meus avós, apenas avistei de longe, pois o meu pai sempre mostrava com orgulho: “Nasci ali”.

Era um lugar lindo montanhoso. O sítio do meu pai, posso relatar para vocês, que era um pequeno paraíso com muitas árvores, onde cada um descansava em suas redes, onde tinha todos os tipos de frutas que se possa imaginar, onde tinha com córrego de águas cristalinas, onde gostávamos de passar o dia, brincando e nadando, onde a correnteza nos levava a um passeio de boia, onde a família gostava de se reunir devido à alegria e entusiasmo de meu pai, onde tinha vários pés batidos de ipê roxo, onde gostávamos de passear em trilha com as bicicletas.

Era um lugar onde a paz reinava, a união da família prevalecia e o que não faltava era amor, solidariedade, ternura, carinho, gentileza, alegria. Num lugar onde televisão, telefone e muito menos celular e internet existiam. Rede elétrica não havia, mas tinha lamparina e lampião.

A churrasqueira funcionava a todo vapor. A mesa em forma de carretel na varanda era um charme. O banho frio não fazia diferença em tempo de calor. O banho quente de balde e caneca não ficava para trás.

Não tinha como ver novela ou desenhos animados, mas pouco importava, pois ouvíamos com gosto todas as histórias repetidas contadas por meu pai. Mesa grande debaixo das árvores, farta com todos ao redor era uma constante. O carinho do meu pai com minha mãe e vice versa, tinha de sobra.

O respeito, a amizade, a cumplicidade faziam parte integrante. O apreciar da natureza que se modificava de acordo com as estações do ano. O apreciar da chuva, do sol, das estrelas e da lua fazia a diferença. Pouco importava se estava muito frio ou muito quente.

O que valia mesmo eram os valores, que nada tem a ver com a superficialidade das aparências e consumismo exagerado dos dias de hoje.

Finais de semanas bem vividos, que abriam com chaves de ouro, o início de uma semana cheia, de muito serviço no comércio e de muito estudo, pois férias, férias não havia.

Hoje, posso até ter férias anual, mas um pequeno paraíso não tenho, a não ser um lindo jardim que faço questão de mantê-lo só para relembrar os bons tempos e o que não falta é sonhar também, pois filho de peixe, peixinho é.

Esperançar!!! Um dia ainda chego lá. Não sei quando e nem como, hoje apenas sonho.

Só sei que sonhar e saudosismo fazem parte da vida. O que não podemos é deixar de viver o presente. Equilíbrio sempre é bom. Para mim a felicidade está no ontem, no hoje e no amanhã. Sempre!

O que você fez hoje para fazer sua vida valer a pena? Hoje, fiz questão de ver um bom filme: Forrest Gump na Netflix e me emocionei com a linda história. Tomei um pouco de sol no meu jardim ouvido os maiores sucessos do U2. Escrevi um texto que é meu hobby. Conversei um pouco com quem mais gosto de conversar (meu namorado). Comi chocolates. Cuidei de mim e fui ser feliz.

E para terminar este texto, usarei as palavras de Clarice Lispector: “Superar é preciso. Seguir em frente é essencial. Olhar para trás é perda de tempo. Passado se fosse bom era presente.”.

Sorria e busque a sua felicidade hoje. A sua felicidade tem que estar onde você está. A felicidade é o caminho e não a linha de chegada!

*Foto de Arthur Humeau no Unsplash

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Idelma da Costa, Bacharel em Direito, Pós Graduada em Direito Processual, Gerente Judicial (TJMG), escritora dos livros Apagão, o passo para a superação e O mundo não gira, capota. Tem sido classificada em concursos literários a nível nacional e internacional com suas poesias e contos. Participou como autora convidada do FliAraxá 2018 e 2019 e da Flid 2018.