A pessoa exausta é como um gênio da lâmpada, vive realizando os desejos dos outros. Ela é usada por todos, depois é apriosionada novamente.

Assim como na velha e conhecida fábula do oriente, do gênio da lâmpada, que espera por alguém que o tire de seu confinamento para lhe conceder três desejos; existem momentos na vida da gente em que parece que estamos da mesma maneira: Presos, enterrados em meio a porções incontáveis de areia, confinados em um recipiente justo e apertado, pelos séculos, esperando que alguém venha nos libertar. Vos pergunto…

Quem nunca se sentiu assim pelo menos uma vez?

Diante de determinadas situações da vida, muitos de nós optam pela clausura. Seja pelo medo de viver uma nova aventura, relacionamento, ou momento profissional, pessoal, etc… medo de se ferir novamente, de devotar o coração a um “Amo” (seja homem ou mulher), de entregar-lhe tudo que tem de melhor dentro de si, de “servir” com todos os seus poderes a alguém, seja por qual motivo for, permanecemos presos.

Um dia, talvez, somente por um acaso, esfregou a lâmpada e deixou sair, em vez de sonhos e desejos, todos os medos e assim, só te restou, fechar-se novamente.

Muitos de nós até encontramos no meio do caminho “amos” que tentam nos fazer sair da nossa prisão, mas se não perseveramos, mesmo com alguém esfregando a nossa lâmpada… a gente não sai.

O corpo diz pra sair, mas a mente diz pra ficar. Porque temos medo de sair e sermos novamente aprisionados na garrafa, mas nos esquecemos que já estamos dentro dela, já estamos presos. Mas nela permanecemos com a justificativa de não nos magoar. Mas já estamos magoados.

A incoerência alimenta o medo de que sejamos apenas usados para atender aos desejos daquela/ele que veio nos libertar. Ficamos com medo de sermos usados, de o único propósito das nossa saída seja a satisfação do outro.

Temos receio de sempre sermos tratados como se fôssemos fortalezas, inabaláveis, indestrutíveis, porque, na verdade, nos sentimos quebrados.

Porém, nós somos o gênio da lâmpada, somos espíritos engarrafados, temos sentimentos e às vezes, podemos ser bem temperamentais.

O grande problema é que em sua grande maioria, aqueles que descobrem que somos um gênio na garrafa vão com “muita sede ao pote”, como se fôssemos a solução para todos os seus problemas, projetam neste gênio todos os seus anseios, necessidades, carências e expectativas.

Por terem apenas interesses do ego, são desleais. Não querem que o gênio seja livre, não se compadecem da sua condição de prisioneiro, não conseguem ter empatia por ele ter que perder todos os dias o nascer do sol ou o despertar anual da primavera, nem tampouco se sentem gratos por ele fazer o bem… Somente esfregam a garrafa, cada vez mais e mais forte, tentando tirar o gênio de lá “na marra”.

Mas não funciona assim! Tenha calma Amo(a)!

Somos capazes de fazer coisas incríveis, mas às vezes, nos contemos dentro de uma simples garrafa, ou de uma lâmpada antiga. Poderíamos até sair, usando as habilidades que temos… Mas gênios são como todos os demais seres humanos: Necessitam do outro.

Por trás de todo o brilho, poder, suntuosidade e até mesmo beleza de um gênio, existe um espírito exausto, sim, cansado de ser convocado apenas para realizar os desejos dos outros, de ser lembrado apenas quando alguém precisa de uma mágica, de um favor, de um livramento, de um quebra-galho.

Os gênios deveriam receber os melhores tratamentos, afim de se sentirem amados, admirados, acariciados… Assim, voluntariamente, iriam contribuir com todos a sua volta, realizar seus desejos, porque sua vontade é e sempre foi ajudar, mas o amor que eles oferecem, não retornam na mesma medida.

Existem por aí, milhares de gênios da lâmpada, aprisionados em suas garrafas, esperando alguém os libertar por alguns minutos apenas para que eles possam se sentir úteis e importantes. Talvez, você seja um deles. Mas para sair desse ciclo exaustivo de só fazer pelos outros, você precisa priorizar os próprios desejos.

Acredite! Você tem o poder de realizar o que você quiser, mas para destravar esse poder, você precisa perseguir os seus sonhos e escolher se libertar.

*DA REDAÇÃO RH. Foto de whoislimos na Unsplash.

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Hebert Neri é jornalista, escritor, correspondente internacional e produtor musical. Atualmente vive em Portugal onde comanda o programa de rádio Neri Talks. Autor de 6 livros, Neri também é compositor de mais de 150 trilhas sonoras para rádio, cinema e TV.