A pandemia da miopia: Estudo desenvolvido na China mostrou crescimento de 11% na quantidade de crianças míopes. Médicos atribuem isso aos hábitos do isolamento e ao tempo de tela. Já a OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que até 2050 cerca de 50% da população mundial será afetada pela miopia.

As crianças estão cada vez mais fechadas no seu próprio mundo e em seus celulares, tabletes ou computadores, não possuem mais tempo livre, ou melhor, com as mãos livres e os olhos podendo mirar em um horizonte mais amplo. Estão cada vez mais com o olhar para baixo, diretamente para a tela e sem perceberem, estão participando de uma estatistica alarmante: o aumento da miopia entre as crianças e jovens.

Os cientistas analisaram 1.793 crianças em Hong Kong, na China. Cerca de 700 delas foram recrutadas para o estudo no início da pandemia, enquanto as restantes já vinham sendo monitoradas por cerca de três anos. Os cientistas mediram a capacidade das crianças de enxergar e aplicaram um questionário sobre o estilo de vida delas, com informações sobre quanto tempo passavam olhando para telas.

Até 2050, a OMS projeta que cerca de 50% da população mundial será afetada pela miopia e alta miopia. Ou seja, esse erro refrativo afetará, respectivamente, aproximadamente 5 bilhões de pessoas.

Atualmente, a miopia já afeta uma grande parcela da população global. De acordo com estimativas, cerca de 30% da população mundial é míope. No entanto, esses números podem variar bastante em diferentes países e regiões demográficas.

Desse modo, os casos de miopia são mais prevalentes em algumas áreas do leste asiático, como China, Coreia do Sul, Japão e Cingapura, onde a porcentagem de pessoas míopes é bastante alta, muitas vezes ultrapassando 80% entre os jovens adultos. Além disso, outros países desenvolvidos também têm altas taxas de miopia, como Estados Unidos e países da Europa Ocidental.

Segundo o estudo realizado na China, houve uma mudança significativa nos índices de miopia antes e depois da pandemia, o que coincide com a redução do tempo em que as crianças ficavam ao ar livre, que passou de cerca de uma hora e 15 minutos antes da pandemia para aproximadamente 24 minutos diários após o coronavírus. Já o tempo em frente às telas passou de aproximadamente 2,5 horas para cerca de 7 horas por dia.

“Mostramos um aumento potencial na incidência de miopia, diminuição significativa no tempo ao ar livre e aumento no tempo de TV entre crianças em Hong Kong durante a pandemia de Covid-19”, escreveram os autores do estudo publicado na segunda-feira (2/8) no periódico científico British Journal of Ophthalmology.

“Nossos resultados servem para alertar os profissionais de saúde ocular e também os formuladores de políticas, educadores e pais, que esforços coletivos são necessários para prevenir a miopia infantil”, concluíram os pesquisadores da Universidade Chinesa de Hong Kong.

*DA REDAÇÃO RH. Foto de Gabriel Tovar na Unsplash

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