Por: Ádyla Maciel

Mulher fina não é aquela que usa roupas e sapatos de grife, não é aquela que traz no pescoço um colar de diamantes raros, não é aquela que está sempre olhando no espelho, passando batom e sempre cuidando das vaidades do corpo.

Mulher fina cuida de sua aparência, mas também cuida de sua casa, de seus amigos, é aquela que se preocupa com a sociedade, com a sua cidade, seu estado.

É aquela que olha para um país inteiro, como uma menina que constrói maquetes e pontes para um trabalho escolar caprichado. É aquela que se preocupa com os mínimos detalhes, que prepara um jantar com os melhores temperos, que se preocupa com a decoração da mesa, e em regar as plantas e os sorrisos

É aquela que guarda o papelzinho na bolsa para não ter que jogar no chão. É a moça que lhe serve um café na lanchonete, dando-lhe o melhor atendimento. Também é aquela que adora passear no shopping e garimpar promoções, mas também se preocupa com a situação econômica do país.

É aquela que luta por melhores condições de trabalho, mesmo pertencendo a uma classe privilegiada, é a moça que sabe que não dá para construir nada sem educação básica de qualidade.
Fineza também se constrói com horta comunitária, como doações de alimentos para orfanatos, a mulher fina luta contra a propriedade privada. Ela acorda cedo só para apoiar aqueles que não têm terra. Ela vai a protestos e manifestações para proteger terras indígenas contra o agronegócio.

A mulher fina não destrói, não mata animais para fazer casaco de pelo, ela ama a natureza e se preocupa com as reservas florestais. Não ostenta armas, é uma grande leitora e valoriza a riqueza cultural.

Não existe nada mais charmoso do que quem valoriza as etnias, ela é educada e gentil com as pessoas de todas as classes sociais, sabe que a postura é muito mais importante do que uma conta bancária gorda.

Ela tem boas atitudes e usa a sororidade, não fica competindo com outras mulheres como uma adolescente mimada.

A mulher fina não faz fofocas nem intrigas, ela está sempre com um bom hálito, um batom na bolsa e usando palavras bem selecionadas, entre dizer besteiras prefere o silêncio.

A mulher fina adora arte, música, e respeita quem aprecia estilos musicais diferentes dos dela.

Ela é fina porque sabe manter o controle quando tudo pega fogo, tem autocontrole e um potinho com reserva de remanso. Faz da sua vida uma verdadeira escola, um lugar em que está o tempo todo aprendendo.








Ádyla Maciel é educadora, autora do livro infantil “Amin e os livros mágicos”e do livro de poesia “ Andar de passarinho” contista, poeta, cronista, é autora e coordenadora da coletânea “Voz- poesia falada, participa de inúmeras coletâneas dentro e fora do Brasil. É feminista Produtora cultural. Apaixonada por cinema, literatura, música e gastronomia.