A generosidade é uma das mais belas virtudes do ser humano. Sou fã de pessoas que dividem o pão, o amor, o conhecimento.

Que ajudam os colegas de trabalho, os amigos, os desconhecidos.

Que transmitem o que sabem, sem medo da competitividade.

Hoje, há muita dificuldade em ver o outro como alguém confiável, uma vez que a competitividade adentrou todos os setores de nossas vidas.

A concorrência estende-se do mercado de trabalho até as relações interpessoais, prejudicando as interações humanas e o afeto que deveria estar ali contido.

Numa sociedade que alimenta a supervalorização do status, atrelado ao que se compra e se tem, em detrimento do que se é, os sentimentos acabam ficando de lado, uma vez que não mais importam.

Há um jogo de interesses em que o outro se torna interessante, à medida que é capaz de atender aos quesitos materiais que predominam na sociedade.

A beleza virou cartão de visita, o poder de compra virou qualidade indispensável, a popularidade social e a virtual viraram sinônimos de sucesso.

Nesse contexto, importa mais o que se tem a oferecer em termos de conforto material do que o que se tem a oferecer em termos de afeto verdadeiro.

Generosidade exige verdade!

Mentiras convenientes são mais valorizadas do que verdades desagradáveis.

O eu é dominante na forma como se vive, ou seja, o que o outro sente parece pouco relevante e isso acaba prejudicando os relacionamentos entre as pessoas, tornando-nos cada vez mais frios e distantes uns dos outros, embora tão perto.

Eis um dos motivos de as pessoas terem medo de compartilhar conhecimento, de dividir o que sabem, de demonstrar sentimentos, uma vez que aquilo tudo pode vir a ser usado da pior forma possível por quem recebeu.

O outro pode puxar o tapete, revelar segredos, roubar um namorado, difamar, distorcer, trair.

O outro pode ser quem mente, quem usa, quem pouco se importa com os sentimentos alheios.

Ainda assim, apesar da necessidade de cautela, olhar o outro em suas necessidades e ajudá-lo, contribuindo para que ele cresça e melhore, nunca será em vão.

O bem que fizermos sempre ficará na gente, ou seja, o que o outro resolver fazer com aquilo não será da nossa conta.

Se o outro usar de nossa solicitude de uma forma improvável e traiçoeira, o erro será dele, ficará nele, não na gente.

Generosidade é generosidade e ponto. Não é à toa que sou fã de pessoas que dividem o pão, o amor, o conhecimento.

Que ajudam os colegas de trabalho, os amigos, os desconhecidos.

Que transmitem o que sabem, sem medo da competitividade.

A generosidade é uma das mais belas virtudes do ser humano.








Graduado em Letras e Mestre em "História, Filosofia e Educação" pela Unicamp/SP, atua como Supervisor de Ensino e como Professor Universitário e de Educação Básica. É apaixonado por leituras, filmes, músicas, chocolate e pela família.