“A era da ansiedade em que vivemos é o resultado da busca pelo prazer”, diz o neurocientista Fabiano de Abreu.

Deve-se tomar cuidado para não confundir a causa com a consequência, principalmente em se tratando da relação entre o cérebro e a sociedade.

Quem veio primeiro, o ovo ou a galinha?

Essa é uma questão clássica que envolve a causa e a consequência de uma determinada situação, que muitas vezes, são divididas por uma linha tão tênue que gera confusões.

Digo isso pois, recentemente, li uma matéria sobre um livro chamado “Desconstruindo a ansiedade” do neurocientista Judson Brewer, nele é apresentada a ideia de que a ansiedade, um dos maiores males da atualidade, tem como um dos fatores de seu surgimento, as falhas da comunicação entre o sistema límbico e o córtex pré-frontal.

Mas a minha linha de raciocínio não acompanha a do livro, pois nosso cérebro, nosso organismo como um todo, é um mecanismo perfeito, todos os milhões de anos de evolução foram guiados pela perfeição e auto suficiência, e é no mínimo contraditório, afirmar que, há problemas em um sistema tão fortemente moldado pelas necessidades do cenário.

A meu ver, nossa evolução é igual a dos outros animais, pela sobrevivência, mas diferente deles, nós encontramos na inteligência, uma forma de sobreviver.

No entanto, consigo entender as raízes dessa linha de pensamento: o cérebro humano realmente está tendo dificuldades para se adaptar às grandes e rápidas mudanças.

A evolução do ser humano ocorreu em um processo bastante lento, ao contrário da evolução tecnológica que torna produtos obsoletos a cada ano.

Essas mudanças rápidas no ambiente, não são absorvidas totalmente pelo cérebro. Ou seja, as dificuldades de comunicação entre algumas partes do cérebro apresentadas no livro não são causadas por fatores puramente biológicos, e sim, por fatores externos.

Não é o cérebro que é incapaz de assimilar a sociedade, mas sim nós, que a tornamos inassimilável. Ou seja, o caso não é que não haja uma boa conexão entre a evolução do cérebro e a evolução social, nós é que estamos prejudicando essa conexão.

A era da ansiedade

A ansiedade funciona como uma espécie de dependência, que gera uma sensação de vazio. O cérebro, então, utiliza a amígdala cerebral para buscar a solução dessa situação em experiências passadas similares, guardadas pelo cérebro por medo/precaução.

Quando esse processo ocorre constantemente, gera-se uma atmosfera negativa, e na tentativa de sair dela, o cérebro recorre a recompensas de prazer imediato para compensá-las.

Um fator agravante para a ansiedade são as redes sociais. Elas são bons exemplos de uma forma rápida de obter prazer – então, quanto maior a ansiedade, mais “pílulas de prazer” são necessárias.

Quanto mais essas sensações de prazer são buscadas, mais nós estamos “ensinando” o nosso cérebro a procurar cada vez mais e mais. E esse movimento se torna insustentável ao longo do tempo.

Essa busca constante pelo prazer a qualquer custo, causa a liberação de vários neurotransmissores, dentre eles, a dopamina, que são viciantes.

Você não produz essa sensação na mesma intensidade todas às vezes, por isso, o cérebro sempre precisa de mais e mais, o que gera um ciclo vicioso, alterando assim a anatomia do cérebro e prejudicando a saúde mental.

Para vencer a ansiedade

A solução para a ansiedade dos novos tempos seria buscar o bem-estar a longo prazo e não o prazer imediato. Mas para que isso aconteça de forma a mitigar os efeitos da ansiedade, cada ser vivente, precisa se autoconhecer a ponto de acessar o que de fato os faz feliz, bem como, quais atividades, pensamentos, e sentimentos, trazem para eles, essa sensação reconfortante que, quando alimentada diariamente, gera qualidade de vida e saúde mental.

*DA REDAÇÃO RH.

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Texto de Fabiano de Abreu Rodrigues, PhD, neurocientista, neuropsicólogo, biólogo, historiador, jornalista, psicanalista com pós em antropologia e formação avançada em nutrição clínica. PhD e Mestre em Ciências da Saúde nas áreas de Psicologia e Neurociências pela EBWU na Flórida e tem o título reconhecido pela Universidade Nova de Lisboa; Mestre em Psicanálise pelo Instituto e Faculdade Gaio/Unesco; Pós Graduação em Neuropsicologia pela Cognos em Portugal; Pós Graduação em Neurociência, Neurociência aplicada à aprendizagem, Neurociência em comportamento, neurolinguística e Antropologia pela Faveni do Brasil; Especializações avançadas em Nutrição Clínica pela TrainingHouse em Portugal, The electrical Properties of the Neuron, Neurons and Networks, neuroscience em Harvard nos Estados Unidos; bacharel em Neurociência e Psicologia na EBWU na Flórida e Licenciado em Biologia e também em História pela Faveni do Brasil; Especializações em Inteligência Artificial na IBM e programação em Python na USP; MBA em psicologia positiva na PUC. Membro da SPN – Sociedade Portuguesa de Neurociências – 814; Membro da SBNEC – Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento – 6028488; Membro da FENS – Federation of European Neuroscience Societies – PT 30079; Contato: [email protected]








Fabiano de Abreu Rodrigues é psicanalista clínico, jornalista, empresário, escritor, filósofo, poeta e personal branding luso-brasileiro. Proprietário da agência de comunicação e mídia social MF Press Global, é também um correspondente e colaborador de várias revistas, sites de notícias e jornais de grande repercussão nacional e internacional. Atualmente detém o prêmio do jornalista que mais criou personagens na história da imprensa brasileira e internacional, reconhecido por grandes nomes do jornalismo em diversos países. Como filósofo criou um novo conceito que chamou de poemas-filosóficos para escolas do governo de Minas Gerais no Brasil. Lançou o livro ‘Viver Pode Não Ser Tão Ruim’ no Brasil, Angola, Espanha e Portugal.